Frei Betto: Arapongagem
Graças ao jovem Edward Snowden, sabemos que a maior arapongagem praticada na história da humanidade é feita pelos Estados Unidos
Rio - A araponga é uma ave que não perde a oportunidade de meter o bico em todo fruto que encontra pela frente.
Graças ao jovem Edward Snowden, sabemos que a maior arapongagem praticada na história da humanidade é feita pelos Estados Unidos. O país, que considera a segurança mais importante que a liberdade, e o capital, que os direitos humanos, mete o nariz na vida de pessoas, governos, empresas e instituições.
O governo estadunidense, através de sua Agência Nacional de Segurança (ANS), espionou (ou ainda espiona?) a presidenta Dilma e a Petrobras. Com certeza, fez e fará muito mais.
Para mim, a notícia não é novidade. Em agosto de 2003, quando eu trabalhava no Planalto, aparelhos de escuta foram descobertos na sala do presidente Lula.
Uma informação governamental vale fortuna. Se acionistas e correntistas sabem, de antemão, que o Banco Central decretará a falência de um banco, isso não tem preço. Quem soube que o presidente Collor confiscaria toda a poupança dos brasileiros deve estar rindo até hoje da multidão que foi apanhada de surpresa.
Ainda que a Casa Branca apresente desculpas à presidenta Dilma, isso não significa que a ANS deixará de rastrear os computadores do Planalto e saber o que, quando e com quem a presidenta conversou. Informação é poder — de nos submeter aos interesses do mais poderoso império já existente na história da humanidade.
Encerro com uma pergunta que não quer calar: por que, em vez de atacar o povo sírio, os EUA não bombardeiam fábricas de armas químicas, como a Combined Systems, localizada na Pensilvânia? Que o digam os vietnamitas atingidos, mortos e deformados pelo ‘agente laranja’ espalhado pelas Forças Armadas dos EUA durante a guerra do Vietnã.
Escritor, autor do romance policial ‘Hotel Brasil – o mistério das cabeças degoladas’ (Rocco)
Graças ao jovem Edward Snowden, sabemos que a maior arapongagem praticada na história da humanidade é feita pelos Estados Unidos. O país, que considera a segurança mais importante que a liberdade, e o capital, que os direitos humanos, mete o nariz na vida de pessoas, governos, empresas e instituições.
O governo estadunidense, através de sua Agência Nacional de Segurança (ANS), espionou (ou ainda espiona?) a presidenta Dilma e a Petrobras. Com certeza, fez e fará muito mais.
Para mim, a notícia não é novidade. Em agosto de 2003, quando eu trabalhava no Planalto, aparelhos de escuta foram descobertos na sala do presidente Lula.
Uma informação governamental vale fortuna. Se acionistas e correntistas sabem, de antemão, que o Banco Central decretará a falência de um banco, isso não tem preço. Quem soube que o presidente Collor confiscaria toda a poupança dos brasileiros deve estar rindo até hoje da multidão que foi apanhada de surpresa.
Ainda que a Casa Branca apresente desculpas à presidenta Dilma, isso não significa que a ANS deixará de rastrear os computadores do Planalto e saber o que, quando e com quem a presidenta conversou. Informação é poder — de nos submeter aos interesses do mais poderoso império já existente na história da humanidade.
Encerro com uma pergunta que não quer calar: por que, em vez de atacar o povo sírio, os EUA não bombardeiam fábricas de armas químicas, como a Combined Systems, localizada na Pensilvânia? Que o digam os vietnamitas atingidos, mortos e deformados pelo ‘agente laranja’ espalhado pelas Forças Armadas dos EUA durante a guerra do Vietnã.
Escritor, autor do romance policial ‘Hotel Brasil – o mistério das cabeças degoladas’ (Rocco)
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