Brasília -  Um tratamento experimental que altera geneticamente as células imunes do paciente para que destrua células cancerígenas conseguiu resultados positivos em adultos com um raro tipo de leucemia que é habitualmente letal, indicou um estudo publicado nesta quarta-feira na revista "Science Translational Medicine".
Dos cinco pacientes que sofriam a severa leucemia, e tinham recaído após a quimioterapia, três deles mostraram sinais de remissão da doença entre cinco e 24 meses, e puderam submeter-se a transplantes de medula óssea posteriormente.
Em um deles, todos os traços de leucemia desapareceram totalmente em oito dias. "Tínhamos esperança, mas não podíamos ter previsto que a resposta seria tão profunda e rápida", explicou Renier J. Brentjens, co-autor do estudo e especialista em leucemia do Memorial Sloan-Kettering Cancer Center de Manhattan, ao jornal "New York Times".
Os pesquisadores assinalaram que a previsão dos pacientes sobreviventes é "boa", embora exista a possibilidade de que voltem a apresentar uma recaída. Habitualmente, os pacientes deste tipo de leucemia severa e que recaem após as sessões de quimioterapia, quase não sobrevivem mais alguns meses.
O tratamento, ainda em fase muito experimental, extrai a células T, um tipo de glóbulo branco que normalmente combate os vírus e o câncer, e as modificam geneticamente para que sejam reprogramadas de modo que ataquem e eliminem qualquer célula B que tenha um determinado tipo de proteína, a CD19, vinculada a este tipo de leucemia.
Outro dos co-autores, o doutor Michel Sadelain, afirmou que se trata de "uma estimulante história que está apenas começando" e que se baseia na criação de "drogas vivas". Este tipo de leucemia é muito mais mortal em adultos que em crianças, já que conta com porcentagem de cura em adultos de apenas 40%, enquanto registra uma taxa de entre 80% e 90% entre crianças.
As informações são da EFE