Rio -  O transporte por barcas é alternativa fundamental para os habitantes da Região Metropolitana. Rápido e agradável, substitui as viagens de ônibus e automóveis pela Ponte ou via Magé. Está consagrado como um serviço público de grande utilidade e não pode ser visto como mera concessão à iniciativa privada.
No início de 2012 o governo concedeu, através de subsídio, aumento de 60% nos preços das passagens das barcas. Nesse acordo generoso havia uma cláusula onde a concessionária deveria acrescentar à atual frota, em até 120 dias, embarcações que elevassem a oferta nos dias úteis de até 1.600 lugares por hora. Tal exigência não foi cumprida pela empresa e nada foi explicado à população. O serviço continua precário nas horas de maior movimento, com preços muito mais altos.
Agora fomos noticiados de um novo aumento no preço das barcas, de cerca de 6% nas passagens.
Temos aqui a Agência Reguladora para os serviços de transporte público (Agetransp), que autoriza ou nega o aumento nas tarifas de serviços públicos realizados porconcessionárias. Solicitada sobre o aumento, negou o pedido de acréscimo no dia 6 de fevereiro.
As agências reguladoras não são órgãos de governo. Ao contrário: têm a função de controlar as decisões governamentais para manter a lisura, a transparência e o bom atendimento aos brasileiros.
No Rio o governo resolveu inovar. As agências reguladoras do estado estão submissas às posições do governador e devem simplesmente concordar com suas decisões e “estamos entendidos”. A Agetransp aprendeu e recuou, concordando com o aumento.
Um exemplo grave de privatização de interesses dentro da gestão do estado, que evidencia o desprezo do governador pelas normas republicanas e democráticas consagradas na Constituição cidadã de 1988. Cabe uma representação junto ao Ministério Público e assim o faremos imediatamente.
Deputado estadual pelo PPS