Rio -  Contratada a peso de ouro pela Record — cogita-se algo em torno de R$ 60 mil mensais —, Larissa Maciel é a mais nova queridinha dos bispos. No ar como a vilã Sati, em ‘José do Egito’, ela sabe da responsabilidade que tem como a principal estrela da emissora, uma vez que Bianca Rinaldi não renovou seu contrato, que vence no dia 31 de julho. “Ai, os cariocas fazem cada pergunta. Só posso dizer que recebi uma proposta muito boa”, ri a gaúcha, de 35 anos.
Atriz raspou o cabelo para viver a incansável Sati em 'José do Egito' | Foto: Maíra Coelho / Agência O Dia
Atriz raspou o cabelo para viver a incansável Sati em 'José do Egito' | Foto: Maíra Coelho / Agência O Dia
Para fazer bonito na estreia, Larissa não pensou duas vezes: raspou a cabeça. É que no Egito era comum que as mulheres ficassem carecas para usar diferentes perucas. “Virei atriz para contar boas historias. Gosto de viver outras vidas intensamente. Faço o que eu puder, me entrego do jeito que for possível para o meu personagem ficar o mais verdadeiro e incrível possível”, explica ela, que gargalhou quando se viu no espelho careca pela primeira vez. “Passei a mão e achei uma delícia. Adorei sentir a água batendo na cabeça enquanto tomava banho”, lembra.

Mudanças no look
Outras descobertas também estão fazendo parte da vida de Larissa desde a mudança de visual. “Raspar a cabeça me deu outra sensualidade. Quando você não tem cabelo, ganha pescoço, ombro. Existe toda uma linguagem corporal”, diz a atriz, sempre acariciando seus poucos cabelos e o pescoço. Mas esse é apenas um dos lados da sensualidade da atriz que procura ser discreta. “Meu lado sensual sempre existiu, não mudei em relação a isso. Mas não sou como a Sati que quer ser o centro das atenções e gosta de seduzir”, garante.
Mulher de Potifar (Taumaturgo Ferreira), comandante da guarda pessoal do Faraó (Leonardo Vieira), Sati não mede esforços para ter o que deseja. Nos próximos capítulos da série, por não se conformar com o desinteresse de José (Angelo Paes Leme), vai acusar o rapaz de tentar violentá-la. “Ela não é só sensual, é sexual também. Tem um desejo que não acaba, que a consome por dentro”, diz Larissa, que também tem seus momentos de Sati. “Depende da época do mês, né? Mulher é um bicho hormonal. Tem um período do mês em que eu fico mais sexual mesmo”, confessa ela, casada há três anos com o administrador de empresas André Surkamp.
Contratada pela Record até 2017, Larissa garante que não guarda mágoas da Globo, emissora que a lançou na TV em 2009, na minissérie ‘Maysa: Quando Fala o Coração’, escrita por Manoel Carlos e dirigida por Jayme Monjardim, filho da cantora interpretada pela atriz. Recentemente, Manoel Carlos declarou ao DIA que Larissa foi mal aproveitada após a minissérie e que acabou ficando marcada pela personagem.
“Não me senti mal aproveitada. Maysa merecia ficar na memória das pessoas. O público não merecia me ver num papel logo em seguida. É inevitável que lembrem da minissérie, e eu fico muito feliz que isso aconteça. Se eu fizesse um trabalho como esse e ninguém lembrasse, me sentiria fracassada. Adoro o Maneco, sou muito feliz em ter estreado num texto dele. Ao dizer isso, ele demonstra que gostaria que eu estivesse em outros trabalhos com ele. Na Globo, fiz a Felícia, em ‘Passione’ (2010). As pessoas diziam: ‘Ah, é uma personagem apagada’. Sim, ela era uma mulher apagada, sem brilho nenhum. Depois de ter feito um furacão, fiz uma mulher invisível. E fiz superbem”, desabafa. 
Larissa tem uma explicação para a força de Maysa. “Era a protagonista mais protagonista de todas, que aparecia em quase todas as cenas”, observa ela, que se despediu da personagem assim que o trabalho terminou. “Até fazer a Maysa, nunca tinha ouvido na vida que eu era parecida com ela. Mudei meu jeito de respirar, de olhar e de andar. Quando o Daniel de Oliveira fez ‘Cazuza’, também disseram que ele era parecido. É um trabalho de pesquisa e caracterização. Sou uma atriz com técnica, estudei pra c*, sei fazer personagens diferentes de mim e diferentes entre eles”, finaliza.
Atriz é um das estrelas da Record | Foto: Maíra Coelho / Agência O Dia
Atriz é um das estrelas da Record | Foto: Maíra Coelho / Agência O Dia 
Fidelidade a toda prova
Larissa Maciel veste a camisa de sua nova casa quando o assunto é crítica à dramaturgia da Record. “A emissora é jovem nessa área, está se estruturando. Vejo muita gente com postura de torcedor de futebol, defendendo uma ou outra emissora. Acho isso uma bobagem. Quanto mais as TVs produzem, mais opções nós temos. O ator para trabalhar e o público para assistir”, diz a atriz.
Com investimento de R$ 22 milhões, e gravações no exterior, na Guatemala, a minissérie ‘José do Egito’, de Vivian de Oliveira, tem alcançado a vice-liderança às quartas-feiras, no horário das 22h. A média no Ibope é de 16 pontos no Rio de Janeiro. Cada ponto equivale a 39 mil domicílios.
Liderando a audiência ou não, Larissa pretende cumprir seus cinco anos de contrato com a emissora do bispo Edir Macedo, mesmo se receber uma proposta do autor Manoel Carlos, que já demonstrou ter uma queda por seu trabalho, e estreia a novela ‘Em Família’, (título provisório) em janeiro de 2014. “Sou séria, ética. Eles fizeram uma proposta excelente, me tratam muito bem. Jamais vou atropelar isso”, garante.