Vaticano - O papa Francisco explicou ontem, em discurso à imprensa internacional, na sala Paulo VI do Vaticano, os motivos da escolha de seu nome como pontífice: ele revelou que uma conversa com o arcebispo emérito de São Paulo, dom Cláudio Hummes, durante o conclave, o influenciou.
“Durante minha escolha, tinha junto a mim o arcebispo emérito de São Paulo e prefeito emérito da Congregação para o Clero, o cardeal Cláudio Hummes, um grande amigo, que quando a coisa começou a ficar perigosa, ele me acalmou. Quando os votos chegaram a dois terços e os cardeais aplaudiram, ele me abraçou, me beijou e me disse: ‘Não se esqueça dos pobres’”, lembrou o papa.
O papa Francisco lembrou momentos do conclave ontem, diante da imprensa internacional, no Vaticano | Foto: EFE
O papa Francisco lembrou momentos do conclave ontem, diante da imprensa internacional, no Vaticano | Foto: EFE
O pontífice afirmou que, com o pedido de Hummes, pensou em São Francisco de Assis e nas guerras, e não teve dúvida de que escolheria o nome “desse santo da pobreza e da paz e que ama e protege a criatura”.
O religioso também lembrou, aos risos, que no conclave alguns cardeais lhe pediram que se chamasse Adriano, em homenagem a Adriano VI, conhecido como o “reformista”. Outros lhe sugeriram o nome de Clemente XV, para “se vingar” de Clemente XIV, que suprimiu a ordem dos jesuítas.
Na Argentina, o clube do coração do papa, San Lorenzo de Almagro, prestou homenagens a ele. O time mandou confeccionar uma camisa especial com o nome Francisco e uma auréola. Além disso, ontem, os jogadores entraram em campo com um uniforme com a foto e o nome do pontífice.
Para cardeal, pedofilia ‘não é crime’
O arcebispo sul-africano Wilfrid Fox Napier, um dos 115 cardeais que participaram daeleição do novo papa, defendeu ontem em entrevista à rádio 5 da BBC que pedofilia não é crime, causando indignação.
“É uma condição psicológica, uma desordem. O que você faz com transtornos? Você tem que tentar consertá-los”, defendeu. Napier disse conhecer pelo menos dois sacerdotes pedófilos, que teriam sofrido abusos quando crianças.
“Agora não me diga que essas pessoas (pedófilos) são criminalmente responsáveis, como alguém que escolhe fazer algo assim. Não acho que você possa realmente tomar a posição de dizer que a pessoa mereça ser punida. Ela mesma foi afetada”, disse.