Rio -  U>ma vírgula no lugar errado, um zero a mais ou um número a menos podem ser o fiel da balança na declaração anual do Imposto de Renda e fazer o contribuinte cair nas garras do Leão. Por isso, todo cuidado é pouco para que os pequenos detalhes no preenchimento do formulário não se configurem em erros de informação no cruzamento de dados feito pela Receita Federal. O resultado pode levar muita gente para a temida malha fina por falta de atenção. Por consequência, a restituição corre risco de demorar até cinco anos para ser liberada.
Site da Receita Federal fornece as instruções para acessar o e-CAC e acompanhar o andamento de sua declaração. É necessário ter em mãos os recibos das declarações antigas fornecidos pelo Fisco | Foto: Reprodução
Site da Receita Federal fornece as instruções para acessar o e-CAC e acompanhar o andamento de sua declaração. É necessário ter em mãos os recibos das declarações antigas fornecidos pelo Fisco | Foto: Reprodução
Segundo Joaquim Adir, supervisor nacional do Imposto de Renda da Receita, o momento é propício para aqueles que ainda não começaram a fazer a declaração. “Quem deixa para a última hora não tem tempo de esclarecer as dúvidas. É natural que elas apareçam justamente quando a pessoa começa a preencher. Portanto, deixar para fazer na última hora aumenta também a chance de declarar informação errada”, explica.
ATENÇÃO REDOBRADA
Além da obrigação de preencher a declaração para corrigir as informações erradas, o contribuinte que cometer equívocos terá que aguardar mais tempo pela restituição, de acordo com o cronograma estabelecido pela Receita. “Por isso tem que ter atenção. Basta um erro de digitação para cair na malha fina”, ilustra Sharon Rolim, especialista em Direito Tributário.
O foco deve ser redobrado também no preenchimento de números e dados como CPF e CNPJ que o contribuinte lista na declaração. “Muitas são retidas em virtude de pequenos equívocos. São erros de informação que indicam sonegação”, explica Adir.
Dúvida surge na hora de acertar contas
Quem não começou a encarar o Leão já deve se preparar para as dúvidas. “Não sabia se declarava o total ou apenas a parcela do financiamento”, afirmou ontem a analista de sistemas Flávia Palmer. Na mesma linha, a advogada Jaqueline Blajchman admite: “Acho complicado fazer a declaração de idosos. É difícil alocar nas categorias”. Por fim, para o consultor Marcelo Vicente, por mais que o site da Receita seja explicativo, sempre tem alguma coisa que não fica clara.
Monitore o andamento pelo e-CAC
Depois do envio da declaração — cerca de 3 milhões das 26 milhões previstas pela Receita Federal já foram entregues até ontem —, o contribuinte deve acompanhar o andamento de seu registro por meio do e-CAC (Centro Virtual de Atendimento ao Contribuinte), também disponível no site da Receita (www.receita.fazenda.gov.br). Para solicitar o acesso é necessário ter em mãos os números dos recibos das últimas declarações. O sistema também serve para acompanhar o andamento das antigas.
Reportagem de Daniel Carmona Colaborou Stephanie Tondo