Rio -  Uma mega-apreensão de produtos piratas feita quinta-feira no Jardim América, Zona Norte, intrigou policiais militares do Batalhão de Choque. Na casa, havia mais de 220 mil mídias falsificadas, além de 800 gravadores, impressoras e computadores.

Mas o que impressionou os agentes não foi o volume do material, e sim o fato de que boa parte dos CDs e DVDs já teria sido apreendido antes por diversas delegacias, inclusive a de Repressão a Crimes contra a Propriedade Imaterial (DRCPIm), responsável pela investigação e combate à pirataria.

A Corregedoria da Polícia Civil abriu investigação para apurar o motivo de o material estar no local, já que a denúncia anônima dizia tratar-se de suposto depósito clandestino.
Policial do Batalhão de Choque recolhe caixa com produtos piratas, no Jardim América: embalagem continha auto de apreensão feito por delegacia | Foto: Fernando Souza / Agência O Dia
Policial do Batalhão de Choque recolhe caixa com produtos piratas, no Jardim América: embalagem continha auto de apreensão feito por delegacia | Foto: Fernando Souza / Agência O Dia
Em alguns malotes, havia registros e autos de apreensões feitos por mais de 20 delegacias, desde 2010. Outra dúvida da Corregedoria: se o local servia como depósito da polícia para produtos apreendidos, por que havia equipamentos produzindo cópias no momento da chegada dos PMs?

Preso por corrupção ativa

O material foi recolhido e a casa, interditada. Um caminhão e um microônibus da PM transportaram toda a apreensão para a 38ª DP (Irajá), que fez nesta terça-feira o registro inicial do caso, depois de perícia no material. À tarde, agentes da Corregedoria estiveram na unidade e assumiram a investigação.
Mais de 22 mil mídias piratas foram levadas em caminhão e micro-ônibus | Foto: Fernando Souza / Agência O Dia
Mais de 22 mil mídias piratas foram levadas em caminhão e micro-ônibus | Foto: Fernando Souza / Agência O Dia
Quatro pessoas e uma adolescente que estavam no imóvel foram levados à delegacia para prestar esclarecimentos. Antes, porém, três deles se esconderam dentro da caixa d’água da casa de dois andares, para tentar escapar do cerco.

Edson Castro de Araújo foi preso em flagrante durante a operação, por corrupção ativa. Segundo militares, ele ofereceu R$ 30 mil para que a apreensão não fosse feita e ainda teria se apresentado como suposto advogado do dono do imóvel. O proprietário, já identificado, também será ouvido pela polícia.