sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Correios alegam falta de recurso para atender às propostas dos grevistas

Correios alegam falta de recurso para atender às propostas dos grevistas

Estatal argumenta que elas causariam impacto de R$ 31 bi, que seriam 'mais que o dobro da previsão de receita para 2013

AGÊNCIA BRASIL
Brasília - A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos informou que ainda está verificando o alcance da greve decretada na noite desta quinta-feira pelos funcionários. De acordo com a empresa, pelo menos seis dos 35 sindicatos da categoria estão em greve. Eles estão localizados em cinco estados: Rondônia, São Paulo, Rio de Janeiro Tocantins e Rio Grande do Sul.
Segundo os Correios, não há condições de atender às reivindicações da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresa de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect). A estatal argumenta que elas causariam impacto de R$ 31,4 bilhões sobre a folha, equivalente a "mais que o dobro da previsão de receita para 2013". Ainda de acordo com a estatal, 65% das receitas de vendas são destinados ao pagamento de salários, benefícios e encargos.
Funcionários dos Correios entraram em greve
Foto:  Deisi Rezende / Agência O Dia
Em nota divulgada ontem, os Correios também informaram que, para manter a continuidade dos serviços de entrega de cartas e encomendas, já adotou medidas como deslocamento de funcionários, pagamento de horas extras, contratação temporária de servidores e mutirões para entregas nos fins de semana.
A Fentect, entidade que agrega 29 dos 35 sindicatos que representam trabalhadores da estatal, reivindica 7,13% de aumento devido à defasagem salarial causada pela inflação recente, mais 15% de aumento real e R$ 200 de aumento linear para todos os 123 mil servidores. Além disso, pede 20% de aumento pelas perdas salariais ocorridas desde o Plano Real.
Diretor da Fentect, James Magalhães disse à Agência Brasil “estranhar” as estimativas apresentadas pelos Correios. Ele criticou também a falta de “propostas concretas” em resposta às 93 cláusulas que integram a pauta de reivindicações.
Sindicato informou que assembleia reuniu dois mil trabalhadores
Foto:  Divulgação
Os Correios acenaram com reajuste de 5,27% sobre os salários e benefícios, o que, incluindo a progressão anual, ultrapassaria os índices de inflação do período. “Essa proposta feita pela empresa não será aceita”, garantiu o diretor da Fentect.
De acordo com a Fentect, a empresa teve em 2012 lucro superior a R$ 1 bilhão. "Segundo documentos repassados pela própria empresa, há R$ 7 bilhões em caixa. O que não queremos é que a empresa atue como tem atuado, no mercado financeiro, ou que avance na intenção de comprar a estatal de correios portuguesa, em vez de investir em trabalhadores e maquinário aqui no Brasil”, disse Magalhães.
Outro ponto que tem gerado preocupação aos trabalhadores é o sucateamento do Correios Saúde, plano que atualmente é administrado pelo Recursos Humanos da empresa. “Desde 2009, eles vêm sucateando o plano. Fecharam vários ambulatórios dentro dos Correios. Agora querem repassá-lo à iniciativa privada, sob o nome de Postal Saúde, prejudicando também esse direito dos trabalhadores”.
    Tags: Greve , Correios , Funcionários

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