Rio -  Ortopedista, com pós-graduação em Medicina do Esporte e do Exercício, o médico Luiz Antonio Teixeira, 39 anos, assume a Secretaria de Saúde de Nova Iguaçu com grandes desafios à frente. A falta de recursos para o Hospital da Posse, dívidas com fornecedores, orçadas em mais de R$ 120 milhões, são alguns dos problemas. Ele aposta na humanização do serviço como solução para que o povo tenha uma saúde de qualidade.
Foto: Paulo Alvadia / Ag. ODia
Foto: Paulo Alvadia / Ag. ODia
ODIA: Quais são os maiores desafios a serem enfrentados em sua administração?
LUIZ ANTONIO: Assumi enfrentando vários problemas. Alguns amigos me chamam de louco, mas eu estou disposto a encarar esse desafio. Um deles é a repactuação administrativa do Hospital da Posse.
O que significa essa repactuação?
O Hospital da Posse gasta hoje mais do que arrecada. Temos o único hospital regional e atendemos pacientes de quase toda a Baixada. Precisamos que o governo federal aumente a verba do hospital. Mesmo com poucos recursos, já fizemos algumas melhorias. Quando assumimos, havia 50 doentes no corredor do hospital, mau cheiro, muitos pacientes não tinham a roupa trocada, faltava higiene.
Quanto que o Hospital da Posse recebe do governo federal? Como é feita a distribuição?
São R$ 24 milhões, sendo 70% do Ministério da Saúde, 15% do governo do estado, e 15% do município. Estamos discutindo um aporte do governo federal já para abril no valor de R$ 8,7 milhões. Mas já estamos melhorando. Logo que assumimos recebemos do governo do estado cerca de de R$ 1,2 milhão em medicamentos. Quando assumimos, faltava até gaze e esparadrapo.
Quantas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) existem no município? São todas administradas pelo estado? Há projetos de novas inaugurações?
O município conta com a a UPA do bairro Botafogo e com a UPA de Cabuçu, ambas sob administração do governo do estado. Já está definido pelo secretário estadual de Saúde, Sérgio Côrtes, que a próxima UPA será a do bairro Comendador Soares.
Que outras obras estão previstas?
A principal é a reforma do PAM Dom Walmor, no Centro de Nova Iguaçu. O investimento é de aproximadamente R$ 200 mil, que queremos transformar em um centro de regulação de consultas. A previsão de inauguração é em 31 de março. Lá no PAM Dom Walmor, o paciente vai poder marcas os seus exames de média e de alta complexidade. Hoje o paciente não sabie para onde ir.
E em relação ao Programa Saúde da Família (PSF), qual a situação atual e o que o senhor pretende fazer?
Hoje temos 62 equipes, com 25% da cobertura em todo o município. Mas precisamos aumentar as nossas equipes. Para isso, vamos chamar os médicos concursados de 2009. Até 2016 pretendo que a cobertura do PSF chegue a 80% do município.
Que compromisso o senhor assume de melhorar a saúde de Nova Iguaçu?
Sou nascido e criado em Nova Iguaçu. Meu objetivo é humanizar a saúde do município, dar condições dignas de atendimento à população. Tenho compromisso com essa cidade, onde todos me conhecem (nesse momento, o secretário se emociona e fica com a voz embargada). Quero poder olhar frente a frente com as pessoas e saber que fiz uma boa administração. Esse é o meu compromisso.
O hospital Iguaçu é uma construção histórica, que no entanto, está abandonada, no Centro de Nova Iguaçu. Qual a sua ideia em relação ao hospital?
Acho um crime que um hospital quase centenário, como o Hospital Iguaçu fique fechado há tanto tempo. Estamos discutindo com o prefeito o assunto, mas minha intenção é desapropriar o terreno.