Rio -  Drogas, garotos de programa, alcoolismo. Letícia Birkheuer vai vivenciar no palco uma realidade muito distante da dela. Veterana nas passarelas, a gaúcha agora vê as cortinas se abrindo para novos horizontes. Com o sol e a Lagoa Rodrigo de Freitas de cenário, Letícia conversou com o ‘D Mulher’ sobre moda, beleza e sua estreia no teatro com a peça ‘Até o Sol Nascer’, em cartaz no Rio de Janeiro, no Solar de Botafogo.
Foto: Maíra Coelho / Agência O Dia
Foto: Maíra Coelho / Agência O Dia
“Vi que essa era uma boa hora pra voltar ao trabalho. Antes, eu tinha pânico de teatro, medo de errar a fala. Agora estou preparada. Já pude curtir bastante meu filho, ser bem mãezona. Dá para voltar a ganhar meu dinheirinho de novo”, diverte-se ela, que se lançou como atriz em 2006 e já tem quatro novelas no currículo. O desafio de encarar o público cara a cara pela primeira vez marca o retorno de Letícia ao trabalho após dar à luz João Guilherme, de 1 ano e quatro meses, fruto de seu casamento com o empresário Alexandre Furmanovich.
“Saí do mundo da moda e voltei ao Brasil para ser atriz. Foi uma boa troca. Como modelo, você não cria raízes em lugar nenhum”, pondera Letícia, que morou oito anos em Nova York.
Aparecer linda, loura, magra e com os seios à mostra em cena não foi difícil para ela, que perdeu 3 kg por conta do ritmo acelerado dos ensaios: sete horas por dia durante dois meses. “Estou com 62 kg e não estou fazendo exercícios. Emagreci porque ensaiei demais, estava cansada e estressada. Mas, como mulher nunca reclama de emagrecer, então foi bom. A gente sempre quer ficar magra”, brinca. Sobre a nudez, a atriz revela que não ficou constrangida: “A cena é toda coreografada, não é vulgar. Fiz sem pudor”.
Ter corpão sem poder exibi-lo não tem graça, acredita Birkheuer. “Gosto de roupas mais curtinhas, joviais. Quando ganho algo mais comprido, eu penso: ‘Vou usar isso quando tiver meus 60 anos’”.
Foto: Maíra Coelho / Agência O Dia
Foto: Maíra Coelho / Agência O Dia
Atriz passou pela crise dos 30 anos 
Na peça ‘Até o Sol Nascer’ — que tem texto e direção de Lucianno Maza —, Letícia é Glória, uma modelo em decadência que vive à procura de um amor verdadeiro. Seu companheiro de cena é Giuliano Candiago, que interpreta um garoto de programa. “É difícil fazer uma personagem forte, dramática, alcoólatra e ex-drogada. Nunca vivi isso. Mas, assim como ela, já tive a crise dos 30 anos e momentos de solidão. A gente fica mais velha e sente falta de um filho e de uma família. Hoje estou completa”, comemora.
Reportagem de Patrícia Teixeira