Rio -  Estava aqui pensando. Qualquer coisa que pareça pedido de voto para algum pré-candidato ao governo do estado, a essa altura, é considerada ‘propaganda antecipada’, certo? E quando o cara já chama um pré-candidato de “governador”, assim, na lata? Foi o que fez ontem o prefeito Eduardo Paes em almoço na Associação Comercial do Rio em homenagem ao vice-presidente Michel Temer, que manteve a piada e também ‘trocou’ o cargo de Pezão.
Antes de se encontrarem com Temer, Cabral e Paes leram um dos poemas do livro do vice-presidente e adaptaram o último verso para 'E futuro é Pezão' | Foto: Estefan Radovicz / Agência O Dia
Antes de se encontrarem com Temer, Cabral e Paes leram um dos poemas do livro do vice-presidente e adaptaram o último verso para 'E futuro é Pezão' | Foto: Estefan Radovicz / Agência O Dia
Depois de cumprimentar integrantes da mesa, Paes fez a linha distraído: “Queria cumprimentar meu querido governador, Pezão..., perdão, querido governador Sérgio Cabral...” Depois, tripudiou, contando que, na chegada, ele próprio abriu um sorriso e Cabral achou que era com ele. E exagerou na metáfora: “Eu já estou olhando para o futuro e já estou cumprimentando o Pezão primeiro... O café começa a ficar frio... Sabe como é que é?”
Temer entrou no clima depois de elogiar a Segurança: “Cabral, você e Eduardo Paes merecem o aplauso de todos em nome do povo do Rio . Evidentemente que a razão dessesucesso é que você tem ao lado o Pezão, o governador Pezão.”
O vice-presidente esteve no Rio para lançar o primeiro livro de poesias de sua carreira de escritor, o ‘Anônima Intimidade’ — sua especialidade sempre foram os de Direito Constitucional. Autografou, deu atenção a todo o mundo que comprou a obra a R$ 40 e nem fez cara feia quando certa editora de Política, infiltrada na fila de ‘leitores’, lhe perguntou sobre o senador Lindbergh Farias (PT): “Vai ser um bom candidato”. E como tirá-lo de cena? “Vamos ver.”
A quem pergunta se há poesia dedicada à mulher, Marcela Temer, que não foi ao lançamento, Temer abre um sorriso e se derrete: “Todas.” Mas se alguém pergunta quem é a morena que foi a musa da poesia da página 112, ele desconversa e diz que “isso é... recordando escritos do passado”. Alô, Marcela: se tiver alguma Iracema na área, despacha, amiga!