Marcus Tavares: Por olhar mais crítico
Manuel Castells é um sociólogo espanhol autor de vários livros sobre comunicação
Rio - Manuel Castells é um sociólogo espanhol autor de vários livros sobre comunicação. Um deles chama-se ‘Comunicação e Poder’, lançado em 2009. Ao questionar a relação que se estabelece, nos dias de hoje, entre as duas áreas que dão título à obra, Castells faz uma análise sobre a função e o papel que os meios de comunicação exercem na sociedade.
Ele afirma que esses meios, em si, não são detentores de poder, mas formadores dos espaços onde esse poder se constrói. De que forma isso acontece? Por meio da seleção dos temas e da forma como eles são colocados, publicados, falados e abordados. Em resumo: são os meios de comunicação que orientam, determinam e colocam na pauta do dia o foco da opinião pública.
Segundo Castells, a sociedade participa ativamente de qualquer discussão, mas esta só ocorre em torno do que é divulgado pelos meios de comunicação. Para o autor, as informações omitidas acabam restringindo o espaço público do debate.
Há alguns anos, proponho aos meus alunos um simples exercício que reitera exatamente o que o autor vem constatando em suas pesquisas: comparar a cobertura de diferentes veículos de comunicação — seja na televisão, rádio e jornal — sobre um determinado assunto. O trabalho sempre surpreende, pois os estudantes percebem que, de certa forma, as notícias são apresentadas de forma e ou ângulos diferentes, com mais ou menos aprofundamento, explicações e investigações. Quase sempre a justificativa recai na condição social, cultural e econômica do público telespectador/ouvinte/leitor. Orientação e prática que, como afirma Castells, acabam limitando o debate e a sua abrangência.
Subestima-se o público e determina-se a amplitude da discussão. O exercício com os alunos é ponto de partida para uma análise crítica e construtiva do papel dos meios de comunicação e mais do que isso: para um posicionamento mais ativo da sociedade. Fica a dica.
Professor e jornalista especializado em Educação e Mídia
Ele afirma que esses meios, em si, não são detentores de poder, mas formadores dos espaços onde esse poder se constrói. De que forma isso acontece? Por meio da seleção dos temas e da forma como eles são colocados, publicados, falados e abordados. Em resumo: são os meios de comunicação que orientam, determinam e colocam na pauta do dia o foco da opinião pública.
Segundo Castells, a sociedade participa ativamente de qualquer discussão, mas esta só ocorre em torno do que é divulgado pelos meios de comunicação. Para o autor, as informações omitidas acabam restringindo o espaço público do debate.
Há alguns anos, proponho aos meus alunos um simples exercício que reitera exatamente o que o autor vem constatando em suas pesquisas: comparar a cobertura de diferentes veículos de comunicação — seja na televisão, rádio e jornal — sobre um determinado assunto. O trabalho sempre surpreende, pois os estudantes percebem que, de certa forma, as notícias são apresentadas de forma e ou ângulos diferentes, com mais ou menos aprofundamento, explicações e investigações. Quase sempre a justificativa recai na condição social, cultural e econômica do público telespectador/ouvinte/leitor. Orientação e prática que, como afirma Castells, acabam limitando o debate e a sua abrangência.
Subestima-se o público e determina-se a amplitude da discussão. O exercício com os alunos é ponto de partida para uma análise crítica e construtiva do papel dos meios de comunicação e mais do que isso: para um posicionamento mais ativo da sociedade. Fica a dica.
Professor e jornalista especializado em Educação e Mídia
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