sexta-feira, 5 de julho de 2013

Lucas Bebê relembra época em que era do futsal e curte sonho de estar na NBA

Lucas Bebê relembra época em que era do futsal e curte sonho de estar na NBA

Recém-draftado, pivô tem mais um motivo para comemorar, a convocação para a Seleção: 'Quero conquistar o meu espaço'

FABIO KLOTZ
Rio - A convocação para a seleção brasileira foi mais uma novidade para Lucas Bebê. Recém-draftado na NBA, o jovem pivô de 20 anos ainda tenta se acostumar aos novos dias. Ao olhar para o passado, Lucas se lembra de quando trocou o futsal pelo basquete. Ao projetar o futuro, o atleta mostra tranquilidade e aguarda o próximo passo: se continua mais uma temporada no Asefa Estudiantes, da Espanha, ou se vai diretamente para o Atlanta Hawks.
Lucas Bebê já conheceu a estrutura do Atlanta
Foto:  Divulgação
Por enquanto, Lucas Bebê aproveita o momento e tenta compreender o que aconteceu no dia 27 de junho, quando entrou na NBA.
"Foi uma emoção que nunca senti, algo que nem sei explicar. Ouvir meu nome sendo chamado é algo que não esquecer nunca, vou sonhar muito com esse momento", disse o pivô.
Nesta entrevista, Lucas Bebê relembra sua trajetória até ser escolhido no Draft, o primeiro contato com o Atlanta, sua evolução no esporte, o momento do basquete brasileiro e um objetivo futuro: jogar a Olimpíada do Rio. Confira.
O que passou pela sua cabeça quando seu nome foi anunciado no Draft?
"Não sei dizer até agora. Foi uma emoção que nunca senti, algo que nem sei explicar direito. Mas foi uma sensação muito boa, inesquecível. Ouvir o meu nome sendo chamado é algo que não vou esquecer nunca, vou sonhar muito ainda com esse momento, que foi especial demais. Dormi pouco naquela noite, já tinha dormido pouco na noite anterior, de ansiedade, na expectativa pelo evento, e deu tudo certo."
Tem como enumerar os passos dados até a realização do sonho de ser draftado? Como você contaria a sua história até o dia 27 de junho e o anúncio da escolha no Draft?
"Acho que tudo o que fiz até hoje, ou até a semana passada, quando entrei pelo Draft, foi importante. Tudo. E todos foram muito importantes. Sei que tenho muito o que fazer pela frente, que começo a escrever um capítulo novo na história da minha carreira. Em seis, sete anos, saí de Niterói, onde jogava futsal, e me mudei para a Espanha por causa do basquete e, hoje, estou nos Estados Unidos, na NBA. Muita gente me ajudou, torceu por mim, deu apoio, minha família, amigos, meus agentes, Arlem Lima, Aylton Tesch e Sandro Varejão, e sou grato a todos por estarem ao meu lado, essa é uma conquista de todos."
Lucas Bebê no dia em que foi draftado
Foto:  Efe
O que deu para perceber no primeiro contato com o Atlanta, quando você foi conhecer a estrutura do time?
"Que eles apostam muito em mim e nos outros atletas draftados e que vão nos dar todas as condições para jogar o nosso melhor basquete. Fui muito bem recebido por todos."
Já teve algum tipo de conversa com o Asefa Estudiantes para definir sua situação? O Atlanta já disse que conta com você na próxima temporada. E o que esperar de seu futuro na NBA?
"Isso é algo que não está decidido ainda. E essa decisão está nas mãos dos meus agentes, eles sabem o que é melhor para mim e vão resolver isso com as equipes."
O que você acha que pesou para ser draftado? A postura defensiva, facilidade em pegar rebotes...
"Acho que pesou muito a minha mudança de postura e a minha maturidade. Há dois anos, quando eu fui inscrito no Draft pela primeira vez, já conheciam o meu jogo. Tudo o que faço hoje, já fazia antes, claro que evoluí, faço com mais qualidade, ganhei experiência, mas a minha mudança de postura, o amadurecimento como pessoa e jogador, contaram muito, com certeza."
"Quero disputar a Olimpíada. É um sonho"Lucas Bebê
Tem algum jogador que você se espelha, um ídolo?
"Gosto muito do jogo do LaMarcus Aldridge. Gosto do Kobe, do Durant e do estilo de jogo dos pivôs brasileiros também, que abriram espaço para que eu e muitos outros pudessem sonhar e entrar na NBA."
Muitos jovens brasileiros vão para a Europa e Estados Unidos. O que o Brasil precisa fazer para segurar mais talentos? E você percebe, em contatos com atletas e a distância, evolução na base do país, se há uma melhoria com a consolidação da Liga de Desenvolvimento do Basquete e a seleção de novos?
"Acho que isso é normal. E tem a ver com o crescimento do basquete brasileiro, o mundo está vendo que há talento no Brasil, a Europa, a NBA, e isso é normal, como acontece no futebol, de buscarem jogadores em outros países. Há espaço no Brasil e fora também, faz parte do crescimento do nosso esporte. Converso com muitos amigos que estão no Brasil, que jogam no basquete brasileiro, e vejo que o investimento está crescendo, há mais preocupação com as categorias de base, e acho que esse é o caminho."
Por falar no basquete brasileiro, costuma acompanhar o NBB? Tem torcida especial por algum clube? Como avalia o momento do basquete no país?
"Tento acompanhar o máximo que posso, mas não tem sido fácil nos últimos anos, pela distância, claro, e pelo fuso, então tento me atualizar pela Internet, lendo notícias e falando com meus amigos. Acho que estamos vivendo um bom momento, tanto no NBB, quanto na seleção brasileira, e isso precisa estar sempre crescendo."
Você tem um histórico nas seleções de base e acaba de ser convocado para a Copa América. Já mira a Olimpíada como meta?
"Fiquei muito feliz de ver meu nome entre os convocados. E quero estar sempre sendo lembrado, quero conquistar o meu espaço, ganhar a confiança de todos e ajudar da melhor maneira possível. Quero disputar os Jogos Olímpicos do Rio, em 2016, é um sonho e uma meta, sim, competir na Olimpíada, ainda mais na minha "casa", no meu país, vai ser muito especial."


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