Venezuela -  O vice-presidente venezuelano, Nicolás Maduro, afirmou nesta terça-feira que o presidente Hugo Chávez atravessa seu pior momento de saúde desde que foi operado de um câncer em 11 de dezembro do ano passado. Maduro disse ainda que o líder passa por um momento "complicado" devido a uma nova e severa infecção.
"Paz e vitória desta pátria que acompanha nosso comandante Chávez em suas piores circunstâncias desde o momento de sua última intervenção cirúrgica", disse Maduro em mensagem transmitida pelo canal estatal de televisão do país.
Foto cedida pelo Palácio de Miraflores mostra o vice-presidente Nicolas Maduro durante a reunião político-militar realizada pelo governo venezuelano, nesta terça-feira, em Caracas | Foto: EFE
Foto cedida pelo Palácio de Miraflores mostra o vice-presidente Nicolas Maduro durante a reunião político-militar realizada pelo governo venezuelano, nesta terça-feira, em Caracas | Foto: EFE
O vice-presidente explicou que há "uma situação de complicação" causada por uma infecção "muito severa" e existem "complicações em sua situação respiratória". Maduro pediu à população que tenha "confiança na direção político-militar da revolução. Tenham confiança no rumo de nossa pátria".
O político revelou que Chávez "há pouco mais de duas semanas começou a receber tratamentos complementares em sua batalha, bonita batalha que ele mesmo dirige". O vice-presidente, que se referiu a Chávez como "o novo libertador do século XXI", disse que quando os médicos contaram a Chávez que o tratamento de quimioterapia deveria recomeçar, o líder decidiu retornar a Caracas.
Uma mulher envia mensagens de apoio ao presidente Hugo Chávez e sua família | Foto: EFE
Uma mulher envia mensagens de apoio ao presidente Hugo Chávez e sua família | Foto: EFE
Maduro garantiu que o "ânimo de vida e a vontade de vida" de Chávez estão intactos. Maduro confirmou a informação transmitida ontem à noite pelo governo venezuelano sobre a piora das funções respiratórias do presidente devido a uma nova e severa infecção pulmonar, que deixou seu estado de saúde em uma situação "muito delicada".
Maduro diz que câncer de Chávez pode ter sido inoculado por adversários
O vice-presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse nesta terça-feira que inimigos históricos atacaram o presidente venezuelano, Hugo Chávez, e afirmou que chegará o momento de nomear uma comissão científica que estabeleça que sua doença pode ter sido inoculado pelos adversários. Em pronunciamento à nação transmitido pela televisão estatal, Maduro lembrou que o próprio Chávez tinha manifestado esta ideia.
O vice-presidente afirmou que não têm "nenhuma dúvida de que os inimigos históricos" da pátria buscaram prejudicar a saúde do presidente venezuelano. "Já temos bastantes pistas sobre este tema, mas é um tema muito sério do ponto de vista histórico, que terá que ser investigado por uma comissão especial de cientistas", acrescentou.
Uma mulher mostra o seu apoio ao presidente venezuelano, Hugo Chávez, nesta terça-feira | Foto: EFE
Uma mulher mostra o seu apoio ao presidente venezuelano, Hugo Chávez, nesta terça-feira | Foto: EFE
Chávez perguntou em dezembro de 2011 se é possível "que o câncer possa ser uma doença induzida, produzida", e pediu então aos presidentes Evo Morales, da Bolívia; Daniel Ortega, da Nicarágua; e Rafael Correa, do Equador, que se cuidassem. No entanto, Chávez esclareceu na época que não tinha acusado "ninguém" de induzir o câncer em vários líderes da região porque isso seria "uma irresponsabilidade", depois que o governo dos Estados Unidos classificou os comentários como "horrendos".
O governante fez as insinuações após ser divulgado que a presidente argentina, Cristina Kirchner, poderia estar com câncer, doença que atacou diversos líderes da região, como Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva, e o presidente paraguaio, Fernando Lugo.
Maduro disse hoje que "houve casos na história, muitos casos na história" sobre este tipo de ataque, e apontou que o último foi o do antigo dirigente palestino Yasser Arafat. Maduro denunciou ainda que foram ativados "planos" para desestabilizar o país e "tentar golpear a medula de funcionamento" da democracia venezuelana e o sistema construído nos últimos anos.
Faixa pede a verdade sobre o estado de saúde do presidente da Venezuela, Hugo Chávez | Foto: EFE
Faixa pede a verdade sobre o estado de saúde do presidente da Venezuela, Hugo Chávez | Foto: EFE
Venezuela expulsa outro adido militar da embaixada americana
O chanceler da Venezuela, Elías Jaua, anunciou nesta terça-feira a expulsão de um segundo adido militar da embaixada dos Estados Unidos, a quem declarou "persona non grata" e fixou um prazo de 24 horas para que deixe o país.
"O senhor David Kostal também foi declarado persona non grata junto com David del Mónaco e têm 24 horas para deixar o território soberano e independente da República Bolivariana da Venezuela", declarou Jaua a meios de comunicação estatais.
O Pentágono confirmou nesta terça-feira que o adido aeronáutico da embaixada americana em Caracas, David del Mónaco, foi expulso da Venezuela, depois que o vice-presidente venezuelano, Nicolás Maduro, lhe deu 24 horas para deixar o país.
"Estamos cientes das acusações realizadas pelo vice-presidente venezuelano Maduro na televisão estatal em Caracas, e podemos confirmar que nosso adido aeronáutico, o coronel David Delmonico (sic), já retornou aos Estados Unidos", afirmou o porta-voz do Pentágono Todd Breasseale, em comunicado.

As informações são da EFE