Rio -  Quase seis meses após a promessa de policiamento reforçado na Chatuba, por causa do assassinato de seis jovens inocentes em um parque, praticamente nada mudou no bairro de Mesquita, na Baixada. O clima ainda é de tensão entre moradores e comerciantes. Alguns garantem que a segurança foi intensificada, mas logo depois reduzida.
Até mesmo um policial, que preferiu não se identificar, disse que, aos poucos, a rotina de antes está voltando ao cenário da Chatuba. Ele afirmou temer que a polícia não consiga evitar a ocorrência de novas ações criminosas. “Há dois meses, as crianças brincavam tranquilamente pelas ruas. Hoje, não tem mais isso. Na semana passada, chegaram a atirar contra uma viatura. Por sorte, ninguém foi atingido. Está ficando ruim de novo”, alertou.
Foto: Alexandre Vieira / Agência O Dia
Apesar da presença de policiais, a população ainda se sente insegura | Foto: Alexandre Vieira / Agência O Dia
O tenente-coronel Max Fernandes, comandante do 20º BPM, que assumiu a unidade em janeiro, afirma que não há redução no número de homens que ocupam a Chatuba. Segundo ele, há oscilação no número de homens nas ruas porque a equipe é composta por policiais através do sistema de contratação durante as horas de folga — o Regime Adicional de Serviço (RAS).
Fernandes afirmou que há dias em que mais policiais se inscrevem. E admitiu que nos fins de semana, principalmente aos domingos, o número é menor. “Não houve redução e não foi informado sobre tiro contra carro”, disse.
Um empregado de um bar garante que, após a intensificação do policiamento, o faturamento cresceu 50%. Mas confirmou que o medo persiste: “Sempre ficam resquícios do que havia”. Uma moradora resumiu a insegurança: “Dizem que bandidos ainda estão por aqui, escondidos”.