Itália -  No primeiro dia de reuniões preparatórias para o conclave que irá escolher o próximo Papa, 142 cardeais se dedicaram a traçar o perfil do novo líder da Igreja Católica, entre outros assuntos. Em entrevista à imprensa após os encontros, o cardeal americano Francis George, arcebispo de Chicago, tocou em assunto delicado, ao afirmar que o eleito deve ter “tolerância zero” em relação a pedofilia cometida por religiosos.
“Ainda há vítimas. E a ferida ainda está no fundo de seus corações. O Papa tem de ter isso em mente”, declarou, referindo-se aos escândalos dos últimos anos na Igreja, em que casos de abusos sexuais contra crianças foram acobertados.
Dos participantes das congregações gerais, 103 têm direito a voto no conclave, por terem menos de 80 anos. Outros 12 cardeais eleitores ainda não tinham chegado ao Vaticano até ontem. Somente após eles chegarem deverá ser marcada a data do início do conclave.
Também ontem, os cardeais decidiram enviar uma mensagem a Bento 16, que renunciou em 28 de fevereiro, após um pontificado de oito anos marcado por crises, criando uma situação praticamente inédita para a Igreja.
Falso bispo acaba expulso
Um impostor, vestido como bispo, se infiltrou entre os cardeais que chegavam ontem no Vaticano para as reuniãos pré-conclave. Ele andou por alguns minutos pelo Vaticano e, na porta da Sala Paulo VI, se apresentou como bispo para participar da reunião.
Neste momento, foi desmascarado. Em meio a risadas dos presentes, foi levado para fora pela segurança. O falso bispo era Ralph Napierski, hacker australiano que diz ensinar a ‘ioga de Jesus’.