Contagem (Minas Gerais) -  Enquanto defesa e acusação debatem no plenário sobre odestino do ex-goleiro do Flamengo Bruno Souza, populares fazem manifestações isoladas em frente ao Fórum de Contagem, em Minas Gerais. Um deles, vestido de palhaço, tentou cumprimentar o advogado Lúcio Adolfo, defensor de Bruno, mas não teve sucesso. O manifestante chegou a esticar a mão, mas não teve resposta de Adolfo. 
Palhaço tenta falar, sem sucesso, com advogado de Bruno, Lúcio Adolfo | Foto: Alexandre Brum / Agência O Dia
Palhaço tenta falar, sem sucesso, com advogado de Bruno, Lúcio Adolfo | Foto: Alexandre Brum /Agência O Dia
Outras pessoas mostraram seu protesto através de cartazes. Um deles descrevia que a Justiça seria feita com Bruno na cadeia.

O quarto e último dia de julgamento do goleiro e sua ex-mulher Dayanne Rodrigues sobre o assassinato de Eliza Samudio é considerado o mais importante, devido ao debate e a sentença dos réus, que deve sair na madrugada de sexta-feira. A procura por cadeiras no plenário é grande e o local, com 120 lugares, está lotado. Há pessoas em pé e sentadas em degraus para acompanhar o destino final do goleiro. A maioria dos presentes na plateia é de estudantes de Direito e advogados.
Defesa ataca MP em debate
O advogado do goleiro Bruno, Lúcio Adolfo, começou a falar aos jurados pouco depois das 16h desta quinta-feira, quarto dia de julgamento do caso Eliza Samudio no Tribunal do Júri de Contagem, em Minas Gerais, e atacou a todo momento o Ministério Público, chegando a deixar um pouco de lado a defesa direta do réu.
Logo no início, o defensor do jogador espetou o promotor Henry Wagner Vasconcelos: "Queria deixar claro, excelência, que descobri hoje que a minha admiração pelo Ministério Público de Minas Gerais não se estende a todos. Fica aqui meu protesto, doutores advogados. A advocacia não é uma prostituta escarlate", atacou.
Lúcio Adolfo reclamou dos autos do processo, das investigações e da promotoria de Justiça até o final de sua fala. Antes de encerrar, o advogado desafiou o MP. "Então, meus senhores, eu não tenho que provar nada. O senhor promotor só quer ficar bonito na TV. Provar, não".

Dia decisivo para Bruno

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Bruno decide falar novamente
Adolfo também acusou o MP de ter feito um acordo com Luiz Henrique Romão, o Macarrão, quando ele confessou, em novembro, ter participado do assassinato de Eliza em junho de 2010. "Uma negociação atrás das câmeras", debochou. Macarrão, aliás, virou alvo do advogado, que tentou atacar o amigo de infância de Bruno. "Se dois amigos decidem roubar um banco e um deles mata o gerente, eles são julgados igualmente?", perguntou.
Aos jurados, o defensor fez questionamentos sobre a ida de Eliza Samudio para Minas Gerais e sobre o dinheiro que a amante pedia a Bruno, referente ao filho dos dois, Bruninho. "Eliza queria dinheiro. E Bruno prometeu dinheiro. Ela não queria esperar até o dia seguinte para pegar o dinheiro. Ela queria ir para Minas Gerais para festejos com o time 100%. Pensei com meus botões: foi sequestro. Que idiotice é essa de dois carros para fazer esse sequestro? Bruno me respondeu que ela queria ir para o sítio para pegar o dinheiro", explicou Lúcio Adolfo.
Com mais de uma hora de argumentos, o advogado distrubuiu fitas pretas aos jurados, com autorização da juíza Marixa Rodrigues e dispara: "A Justiça é cega. Imaginem se os senhores fossem juízes, sem olhar o poder e a simpatia do Ministério Público, e olhem o processo. Os senhores estão absolutamente certos? Então condenem. Se você tiver dúvida, denuncie. Eles não têm prova contra Bruno".
Ao final de seus argumentos, a juíza Marixa chamou a atenção do advogado quanto aos ataques feitos ao promotor Henry Wagner Vasconcelos, mas o defensor de Bruno não se incomodou. "Se ele estivesse achando ruim, ele falaria, ora", devolveu Lúcio Adolfo.