A seca tem rosto, nome e sobrenome
Série do DIA mostra a dimensão humana da maior seca dos últimos 50 anos no Brasil

Mas nada traduz melhor esse flagelo do que os dramas dos sertanejos — e são eles que o DIA começa a mostrar hoje, em uma série de cinco capítulos. Dramas como o de Filomeno Evangelista (foto), de Assaré (CE), agricultor de 73 anos, homem talhado por sofrimentos. “Como essa, eu nunca vi. Tive até que comprar feijão”, diz Filomeno, conhecido como Dadá, estupefato por ter de comprar em bodega o que a terra sempre lhe deu. A série começa com a história de uma carta que percorreu 2.025 quilômetros do assentamento rural de Monte Alegre, em Upanema (RN), ao Rio de Janeiro. Foi escrita por Wigna Graziele, uma menina de 12 anos que, assim como Dadá, começa a talhar sua vida na seca.
Vídeo: A seca tem rosto, nome e sobrenome
Entre carcaças, rezas e mandacarus

Para encontrar os personagens desta série de cinco capítulos que hoje se inicia e que vai até a próxima quinta-feira, o repórter Alexandre Medeiros e o repórter-fotográfico Severino Silva percorreram 1.466 quilômetros pelos estados do Rio Grande do Norte, Paraíba, Ceará e Pernambuco, com paradas em 12 cidades, ao longo de uma semana de viagem. A paisagem predominante: carcaças de animais abandonadas à beira de estradas, a caatinga seca, os mandacarus cortados pelos sertanejos para dar de comer aos animais.

Alexandre e Severino aos pés da Estátua do Padre Cícero, em Juazeiro (CE)
Foto: Alexandre Medeiros / Agência O Dia
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