domingo, 30 de junho de 2013

PMs jogam bombas de gás em manifestantes e clima fica tenso no Maracanã

PMs jogam bombas de gás em manifestantes e clima fica tenso no Maracanã

Passeata reúne cerca de 10 mil pessoas na Tijuca

CAIO BARBOSA
Rio - O clima ficou tenso no entorno do Maracanã, no início da noite deste domingo. Por volta das 18h30, uma confusão se formou na Rua São Francisco Xavier, nos arredores do Maracanã, Zona Norte do Rio. Segundo primeiras informações, manifestantes teriam lançado objetos contra os policiais, que revidaram com bombas de gás lacrimogênio. Houve correria no local.
Cerca de 10 mil pessoas participam de uma passeata que deixou a Praça Saens Peña, na Tijuca, em direção ao Maracanã, para a manifestação do Fórum de Luta contra o Aumento das Passagens, que reinvidica melhores condições de transporte público, a libertação dos presos durante as manifestações e fim da Polícia Militar, entre outras demandas. Por volta das 17h30, os manifestantes ocupavam quase cinco quarteirões do bairro.
Além dos policiais militares e homens da Força Nacional de Segurança que já participaram do esquema nos dois jogos anteriores no estádio, militares do Exército estão a postos dentro do Maracanã. Homens do Batalhão da Guarda do Exército estão posicionados na Escola Municipal Friedenreich, que integra o complexo esportivo do Maracanã.
Manifestação de manhã terminou pacífica
Terminou de forma pacífica a manifestação que seguiu da Tijuca até o Maracanã, na tarde domingo. Mais de cinco mil pessoas participaram do ato, que tinha como objetivo de seguir até a estátua do Bellini, em frente ao estádio.
Os ativistas colocaram uma faixa com os dizeres Unfair Players (Jogadores Injustos) com o nome da Fifa, do governador Sérgio Cabral e do prefeito Eduardo Paes. Por dois minutos, os presentes gritaram palavras de ordem na Praça Afonso Pena, ato que marcou o fim da passeata.
Um dos organizadores, o estudante de direito Bruno Amaral, 32 anos, informou que outro ato está marcado para às 15h desta terça-feira na passarela 9 da Avenida Brasil, contra a ação policial na Favela Nova Holanda, no Complexo da Maré, que deixou 10 mortos.
A partir das 15h, o Fórum de Luta contra o Aumento das Passagens começa a se concentrar no local, em nova caminhada até o Maracanã.
Cordão de isolamento do Choque
O estudante de engenharia da Uerj, Thiago Raposo, endossou a passeata. "Esse protesto tem a finalidade de chegar no Bellini e mostrar que os cidadãos da cidade devem poder ir e vir nas vias pública, com ou sem eventos. Nossa manifestação será pacífica, mas não nos responsabilizamos se os PMs agirem com truculência", disse.
Os manifestantes pararam em frente ao cordão de isolamento na Avenida Maracanã. O tenente Balbino, do Batalhão de Choque (BPChq) disse que não ia deixar os ativistas passarem.
"Vamos deixá-los por aqui, desde que não passem. Conversei com uma das lideranças do movimento e oriente que, em caso de confusão, todos se sentem para que possamos identificar as pessoas que estão aqui para causar tumulto. Caso não se sentem, consideraremos um ato hostil", afirmou o PM.
Os ativistas se sentaram na via e gritaram palavras de ordem contra a Fifa. Alguns oficiais fardados abordaram alguns presentes e pediram que eles votassem em favor da PEC 300, que iguala os salários de todos os militares do Brasil. A ação foi rapidamente coibida pelos próprios manifestantes.
A dona de casa Laura Lurdes Matos Ribeiro, 32 anos, levou os filhos, um bebê de 1 ano e sete meses e outro de 7 anos ao local e eles seguiram na linha de frente do protesto.
"Essa é uma nova geração. A atual ja esta mostrando um pequeno resultado. É na mão das proximas gerações de que fato o Brasil mudará. Resolvi trazê-los para a rua porque escutei na TV um professor que falou que a educação não vem só de casa, mas também das ruas. Mesmo que aconteça algum imprevisto, quero que desde cedo meus filhos saibam o que está acontecendo", disse.
O mais velho se mostrou animado. "É a primeira vez que participo e já aprendi que precisamos de mais saúde e educação. Gostaria que mais crianças participassem das próximas manifestações", comentou Pedro. O protesto voltou, neste momento, em direção à Rua São Francisco Xavier, na Tijuca.


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