segunda-feira, 1 de julho de 2013

Fundos injetam capital em franquias consolidadas

Fundos injetam capital em franquias consolidadas

Quando o mercado acionário não rende o que investidores esperam, a solução é diversificar as operações

O DIA - ÉRICA RIBEIRO
Rio - Quando o mercado acionário não rende o que investidores esperam, a solução é diversificar as operações. E o caminho encontrado por vários fundos de investimento e também bancos tem sido o mercado de franquias. Ricardo Camargo, diretor-executivo da Associação Brasileira de Franchising (ABF), afirma que esse movimento vem se tornando uma tendência no país.
“A ABF vem acompanhando de perto esse movimento. São muitos os fundos que miram em redes de franquias. O franchising brasileiro é maduro, e marcas consolidadas atraem investidores que precisam de segurança no retorno de seus investimentos”, diz Camargo. Bancos, como Itaú e Bradesco, e fundos, como o Gávea, já descobriram as franquias como um bom negócio.
Não há ainda, por parte da ABF, um número fechado de quantos fundos de investimentos e bancos já entraram em franquias.
“Muitas vezes os negócios são fechados em sigilo e os valores não são divulgados”, explica Camargo.
O Gávea Investimentos adquiriu no ano passado quase 30% da marca brasileira de óculos e acessórios Chili Beans. O fundo passou a ter assento no conselho de administração da empresa. Também no ano passado, fundo britânico de private equity Actis investiu US$ 68 milhões na rede de escolas de idiomas CNA. O objetivo é dobrar a rede de tamanho em cinco anos. A franquia tem hoje cerca de 500 unidades.
Alexandre Sitta, que é diretor da Associação Franquia Sustentável (Afras), afirma que o apetite dos fundos de investimento e de bancos pelas franquias depende muito do porte de cada uma delas.

“Normalmente, os investidores observam atentamente as franquias com faturamento a partir de R$ 100 milhões a R$ 150 milhões ao ano. Esse é um sinal claro de que a franquia está consolidada, tem capilaridade e não oferece riscos. Essa projeção é fundamental para a decisão de investimento”, comenta ele.
Os fundos, diz Sitta, em geral compram parte das empresas. Mas podem adquirir 100% do negócio.Caso,diz ele, da rede Odontoclinc, totalmente adquirida pelo fundo Bravia em 2011. Com 140 unidades, espera chegar a 500 até 2016.
Notas
A franquia espanhola Não+Pêlo inaugurará até agosto deste ano mais três franquias no Estado do Rio de Janeiro. A rede que está instalada em 15 países chegou ao Rio em 2011 e já possui 28 unidades pelo estado. A próxima a ser aberta será a unidade do shopping Nova América, no começo de julho. Até agosto, a previsão é que a segunda unidade da Tijuca e a primeira do município de Campos dos Goytacazes estejam prontas.
Com sete unidades em funcionamento, a franquia Espetto Carioca espera terminar o ano com 15 unidades abertas. A próxima será na Taquara, Zona Oeste do Rio de Janeiro, em agosto. A marca pretende chegar à Lapa, no centro da cidade, e em municípios como Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Para ter uma unidade da marca é preciso investir pelo menos R$ 250 mil.
A diretora-executiva da MegaMatte, Fátima Rocha, foi eleita Líder Sustentável, na categoria franqueador do Prêmio ABF AFRAS Destaque Sustentabilidade 2013. Esta premiação elegeu os líderes que se destacaram pelo papel que exercem dentro e fora de suas empresas em prol da sustentabilidade.
A rede de cosméticos Mahogany, que há sete anos investe em franquias (a marca tem 22 anos no mercado), quer fechar 2013 com 20 unidades franqueadas, chegando a 180 lojas em todo o país, e um crescimento de 15% no faturamento sobre o ano passado, quando a empresa encerrou o ano com R$ 95 milhões no caixa. “Vamos trabalhar para expandir a marca no território nacional e aproveitaremos a ascensão da Classe C”, diz Jaime Drummond, presidente do Laboratório Sklean, empresa detentora da marca Mahogany.


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