Rio -  Pesquisadores descobriram que corais atacados por algas tóxicas pedem socorro a peixes “guarda-costas” que rapidamente expulsam a alga nociva, que pode matar o coral caso não seja removida.
De acordo com estudo do Instituto Tecnológico da Georgia, este peixe “solidário” responde a sinais químicos enviados pelo coral em questão de minutos, estabelecendo uma relação de simbioso. Os gobis passam a vida toda na fissura de corais, protegido de predadores e afastando ameaças ao seu hospedeiro.
Peixes gobi vivem em recifes de coral para se proteger de seus predadores | Foto: Divulgação
Peixes gobi vivem em recifes de coral para se proteger de seus predadores | Foto: Divulgação
Em recifes das ilhas Fiji, os pesquisadores analisaram corais da espécie Acropora nasuta . Eles observaram que corais com peixes gobis ( Gobiodon histro ), a quantidade de algas ( Chlorodesmis fastigiata ) declinou em 30% num período de três dias e o dano ao coral diminuiu de 70 a 80%. Corais que não tinham gobis não tiveram alteração no número de algas e foram mais danificados.
O crescimento das algas é o maior problema de recifes de coral e causador do maior estresse neste ecossistema. De acordo com o estudo, tanto o aquecimento global quanto a sobrepesca estimulam o crescimento das algas.
A relação de simbiose entre o peixe e o coral representa o primeiro exemplo de uma espécie sinalizar quimicamente para a uma espécie consumidora para remover um competidor. Trata-se de uma relação semelhante a da acácia e formigas, que recebem alimento e proteção enquanto protegem as árvores de competidores e consumidores.
“Esta espécie de coral recruta guarda-costas por toda a seu comprimento”, afirmou em comunicado Mark Hay, professor da escola de Biologia do Georgia Tech e um dos autores do estudo publicado na Science. “Há uma dança cuidadosa e cheia de nuances que faz com que tudo isso funcione. O peixe desenvolveu uma técnica para identificar o odor liberado pelo coral na água e rapidamente resolve o problema”.



As informações são do iG