Bruno terá seu destino decidido hoje em Contagem
Réu conta que mão de Eliza foi jogada a cães no dia do assassinato
POR | ADRIANA CRUZ VANIA CUNHA |
Contagem (Minas Gerais) - O ex-goleiro Bruno de Souza — acusado da morte de Eliza Samudio e sequestro e cárcere privado do filho que teve com a modelo — apostou em duas jogadas para sair mais rápido da cadeia, ao ser interrogado nesta quarta-feira no 2º Tribunal do Júri de Contagem (MG): admitiu saber que Luiz Henrique Romão, o Macarrão, levou a ex-amante para a morte e apontou o ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, preso, como o executor do crime. A principal estratégia da defesa é convencer os sete jurados de que ele não foi o mandante, como acusou Macarrão, e de que teve uma pequena participação no plano arquitetado contra a vítima.
De cara, garantiu: “Não sou o mandante, mas de certa forma me sinto culpado”. Depois, alegou que Macarrão e Jorge Luiz Rosa, primo do ex-goleiro, levaram Eliza até a casa de Bola. “Macarrão disse que tinha resolvido o meu problema. Ele contou ter contratado o Bola”, disse.
O silêncio e o choro foram táticas do jogador. Permitido por Lei, ele poderia não ter respondido nada. Mas optou por esclarecer as dúvidas da juíza Marixa Fabiane Lopes, dos seus advogados e dos jurados. “Não responder ao promotor Henry Vasconcelos significa não ajudar as investigações. Citar o Bola não é delação premiada. Ele deve pegar 25 anos de prisão e sair em 10 anos”, avaliou o criminalista Luiz Flávio Gomes. Para condenar Bruno a pena de 41 anos, a cartada de Henry é acusá-lo de ter ido também entregar Eliza para ser morta.
Acusações
NO LOCAL DO CRIME
O promotor Henry Vasconcelos, sustenta que Bruno estava presente no trajeto que levou Eliza Samudio para a morte. O ex-goleiro teria saído do seu sítio, em Esmeraldas, em Minas, dirigindo o New Beatle amarelo. Na Range Rover, Macarrão, Sérgio, Eliza e Bruninho também seguiram ao encontro do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola. O algoz estava na região da Pampulha e guiou o grupo até sua casa, em Vespasiano, local da execução de Eliza.
LIGAÇÕES PERIGOSAS
O promotor Henry mostrará que os telefones de Jorge e Dayanne se comunicaram na noite do dia 10 de junho de 2010, data do crime. Para ele, Jorge não teria motivos reais e nem relevância para falar com a ex-mulher do goleiro nesse momento. Para proteger Bruno, Dayanne, mãe de dois filhos dele, negou em depoimento ter recebido a ligação e afirmou que quem estava no New Beatle era ela.
FESTAS APÓS A MORTE
AMIZADE COM BOLA
Bruno sustenta que só conheceu Bola na Penitenciária Nelson Hungria. Mas para o Ministério Público, a amizade era antiga. Bola queria que o filho dele fizesse um teste para jogar no Flamengo e teria feito o pedido a Bruno. O jogador revelou a relação com Bola a um agente penitenciário.
Terceiro dia de julgamento de Bruno
Bruno, cabisbaixo, senta no banco dos réus
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