Rio -  A esperança de encontrar o filho Alan de Souza, de 11 anos, desaparecido sábado, transformou-se em desespero nesta terça-feira para a auxiliar de serviços gerais Emiliane Salete de Souza, 37, que reconheceu o corpo do menino no Instituto Médico-Legal (IML).
Em depoimento à polícia, testemunha contou que o menino desapareceu após homem armado e uma mulher, que seriam seguranças do Jockey Club Brasileiro, no Jardim Botânico, pegarem o garoto na calçada do clube. O corpo foi encontrado em ribanceira na Vista Chinesa, no Alto da Boa Vista, com as mãos amarradas e vários tiros, dois deles na cabeça.
“O segurança do Jockey matou meu filho. Confundiram ele com uns garotos que ficam furtando no clube, mas meu filho nunca fez isso”, desabafou ela. Alan será enterrado hoje, às 10h, no Cemitério São João Batista, em Botafogo.
Um retrato-falado dos dois suspeitos foi feito pela polícia. De acordo com a descrição da testemunha, o homem é branco, forte, tem cabelo preto raspado, estatura média e usava calça jeans, blusa rosa e tênis preto. A mulher é branca, tinha cabelos loiros com luzes. O caso está na Divisão de Homicídios (DH).
O menino havia ido no sábado ao Jockey com dois amigos. Lá, eles subiram na árvore do clube. Como Alan era muito franzino, não conseguiu fazer o mesmo e ficou na calçada.
De acordo com a testemunha, nesse momento, o homem e a mulher teriam aparecido. Ela contou que pulou para o Jockey e escapou correndo, assim como fez o outro amigo. Alan, que estava do lado de fora, teria sido pego.
Emiliane disse que o filho saiu sábado de manhã para ir à cachoeira com os amigos. Estranhando a demora dele em voltar para casa, começou a procurá-lo. “Passei o dia atrás dele. Fui até em delegacias. Quando procurei pelos amigos, eles me contaram essa história do Jockey”.
Polícia faz análise de gravações de câmeras da região
A Divisão de Homicídios está analisando imagens de câmeras da região. A mãe da vítima contou que, após ouvir o relato dos amigos do filho, foi até o clube. Lá, ficou sabendo que, sábado à noite, houve furto de um aparelho Nextel na casa de máquinas. O caso está no livro de registros do clube e na 15ª DP (Gávea). O Jockey só deve se manifestar nesta quarta-feira.
“Perguntei por que não chamaram a polícia para prender os adolescentes suspeitos e não me explicaram”, contou. Cansada de procurar pelo filho, segunda-feira à tarde, elaregistrou o desaparecimento dele na 15ª DP, mas ontem o caso seguiria para a DH porque Alan seria encontrado morto.
“Mesmo que os garotos tivessem feito alguma coisa, teriam que ser presos, até meu filho teria que ser preso e não morto. Ele nunca roubou nada. Era uma criança. Encontraram o corpinho cheio de tiros. Quero justiça”, clamou Emiliane.