Venezuela -  Após 20 meses de luta, o presidente  da Venezuela, Hugo Chávez, 58 anos, foi vencido pelo câncer na região pélvica. Ele não resistiu à última cirurgia, realizada em Cuba, em dezembro, e morreu ontem, em Caracas, às 16h25 (hora local). Ele regressara de Cuba há pouco mais de duas semanas. Em cadeia nacional de TV, a morte foi anunciada pelo vice-presidente, Nicolás Maduro, direto do hospital militar em que Chávez estava internado.
Emocionada, senhora mostra o seu apoio ao líder venezuelano | Foto: EFE
Emocionada, senhora mostra o seu apoio ao líder venezuelano | Foto: EFE
“Chávez deixa como herança uma pátria livre e independente. Temos que crescer nesta dor. Comandante Chávez, obrigado por tudo o que fez por este povo. Pedimos que nossa dor seja canalizada em paz, com tranquilidade. Convocamos todos os venezuelanos a ser vigilantes da paz, do respeito, da tranquilidade desta pátria. Transmitimos a seus familiares e a todo povo nossa dor nesta tragédia histórica”, declarou.
“Os que morrem pela vida não podem ser chamados de mortos. Honra e glória para Chávez, que viva para sempre”, concluiu Maduro, chorando. “Mil vezes obrigado. À frente, sempre!”, escreveu no Twitter María Virginia, filha de Chávez. O funeral começa na sexta. Foi decretado luto oficial de sete dias: escolas e repartições ficarão fechadas.

NOVAS ELEIÇÕES EM ATÉ 30 DIAS
A morte joga o país na incerteza. Chávez fora reeleito presidente em outubro, e não chegou a tomar posse. Maduro ficou à frente do país. Agora, a constituição obriga o presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, a assumir o cargo e convocar eleições em até 30 dias. Analistas dizem que Chávez só teria se preocupado em indicar Maduro como herdeiro político quando já não podia mais esconder a doença.

Morre Hugo Chávez, líder venezuelano

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Chávez durante um discurso na Praça da Revolução, em Havana, Cuba
Há dúvidas se integrantes do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) vão aceitar Maduro, ex-condutor de metrô, como líder. O principal ‘concorrente’ dele à frente do chavismo é justamente Cabello, militar reformado.
Haveria outros dirigentes do PSUV interessados na liderança. Um deles seria o chanceler Elías Jaua, que em dezembro disputou o governo do estado de Miranda e foi derrotado por Henrique Capriles, líder opositor que perdera as eleições de outubro para Chávez.
Maduro culpa ‘inimigos’ pelo câncer
Horas antes de a morte, Maduro atacou os “inimigos da pátria”, em especial os Estados Unidos, responsabilizando-os até pelo câncer de Chávez. Dois funcionários da embaixada americana foram expulsos da Venezuela, sob acusação de conspiração: estariam aliciando militares para desestabilizar o país.
Eles foram identificados como David del Mónaco e Deblin Costal. “Não temos dúvida de que vai chegar o momento indicado na história em que comissão científica poderá comprovar que o comandante foi atacado”, disse.
Líderes em todo o mundo lamentam morte de Chávez
Logo após o anúncio da morte, personalidades e políticos em todo o mundo se manifestaram. No Brasil, a presidenta Dilma Rousseff disse, na abertura do 11º Congresso Nacional de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais, em Brasília, que Chávez foi “uma liderança comprometida com seu país e com o desenvolvimento dos povos da América Latina. É uma perda irreparável, de um amigo do Brasil”.
Dilma cancelou a viagem que faria amanhã à Argentina e vai ao velório de Chávez. Já o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva divulgou nota de solidariedade ao povo venezuelano, aos familiares e aos correligionários de Chávez: “Tenho muito orgulho de ter convivido com Chávez. Confio que o seu exemplo de amor à pátria e sua dedicação à causa dos menos favorecidos continuarão iluminando o futuro da Venezuela”, afirmou.
Pelo Twitter, o líder da oposição venezuelana, Henrique Capriles, pediu a “união dos venezuelanos”. Em nota, o presidente dos EUA, Barack Obama, reafirmou o apoio do seu país ao povo venezuelano e o seu interesse no desenvolvimento de uma relação construtiva.