Rio -  Quando as chuvas de janeiro de 2011 deixaram milhares de desabrigados nas sete cidades da Região Serrana, ficou evidenciada a necessidade da construção de, pelo menos, 10 mil unidades habitacionais para as famílias que perderam tudo. Além desta quantidade emergencial de moradias, era necessário plano para retirar outras tantas famílias de áreas de risco. Passados dois anos, nenhuma casa foi construída pelo poder público. Por que isto aconteceu e o que fazer para mudar este quadro de desrespeito a quem perdeu seu lar e de continuada exposição ao risco de milhares de pessoas?
Por desconhecer boas políticas habitacionais, os prefeitos à época disponibilizaram terrenos precários, com problemas de diversas origens. Não tiveram a coragem e a competência de buscar áreas nos diversos bairros que pudessem rapidamente ser utilizadas.
Para exemplificar, em Teresópolis, como panaceia para o problema, foi desapropriada a Fazenda Ermitagem, com problemas ambientais e imbróglios jurídicos. O que aconteceu? Até hoje nenhuma das 1.660 habitações previstas foi feita. Recentemente, quando a construtora deu início aos trabalhos, descobriu que o solo precisa de estruturacaríssima.
Ainda é tempo de o governo do estado exigir, agora dos novos prefeitos, a oferta de áreas, construindo de 100 a 500 unidades, permitindo que as famílias continuem nos seus ambientes sociais, aproveitando a infraestrutura existente. Esta conduta foi proposta na CPI da Serra da Alerj, mas infelizmente não sensibilizou as autoridades.
Se a vontade política e o uso do acumulado de experiência no setor habitacional não prevalecerem, vamos chegar ao fim de 2013 tendo que onerar o Orçamento de 2014 com nova verba para o aluguel social e impedindo as famílias da Região Serrana de voltar a ter um mínimo de condição para o retorno de suas vidas, tão atingidas pelas chuvas e pela incompetência dos governos.
Nilton Salomão é deputado estadual pelo PT e relator da CPI da Serra