No meio do caminho tem grade na Zona Norte também
Região adota a medida, como na Zona Sul, contra a violência e para afastar morador de rua. Pedestres e especialista criticam estreitamento do espaço e prejuízo à estética
POR DIEGO VALDEVINO
No Méier: proteção contra a violência e para afastar moradores de rua, que dormem sob marquises nas portas de prédios, segundo o arquiteto | Foto: Paulo Araújo / Agência O Dia
Ele acrescenta que o carioca tem o hábito de invadir o espaço urbano como se fosse sua propriedade. “Infelizmente as calçadas usadas pelos pedestres estão ficando cada vez mais estreitas. E as grades contribuem muito para retirar este espaço de quem passa na rua”, critica.
CAMINHO DIFÍCIL
O DIA percorreu os bairros Piedade, São Francisco Xavier, Méier e Tijuca e comprovou que, em alguns trechos, fica difícil andar nas calçadas. Caminhar na calçada da Rua Lopes da Cruz, no Méier, é disputar espaço com o gradil.
Na Tijuca, o problema da intervenção visual nas ruas é o mesmo | Foto: Carlo Wrede / Agência O Dia
“Colocam grades na frente dos prédios para se proteger, mas não se preocupam com o pedestre, que é obrigado a transitar em pequeno espaço”, critica o enfermeiro Jorge Carlos dos Santos, 47 anos.
As grades incomodam também o assistente de compras Walter Reis, 36 anos, que passava na Rua Medina, no Méier. “O prédio com grades prejudica a estética da rua e estreita a calçada. Entendo o objetivo do morador, mas não gosto”, diz.
Medida contra usuários de crack e na São Francisco Xavier
No bairro São Francisco Xavier, na rua com o mesmo nome, moradores comentam que instalaram o gradil para se proteger de usuários de crack que ficam, geralmente a 200 metros dos prédios.
"Sei que o bairro fica mais feio com as grades, mas, acho que é aúnica forma de nos protegermos. Há muitos viciados em crack por aqui. O gradil permite que a gente saiba quem está do lado de fora antes de sair do prédio”, explica um morador que preferiu não se identificar.
Na Tijuca, as grades estão tão presentes nas calçadas quanto na Zona Sul. Moradores dizem que se sentem mais seguros e não abrem mão da medida.
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