Rio -  O resultado das operações em renda fixa não foi muito atrativo no mês de fevereiro. As aplicações prefixadas e especialmente os ativos vinculados à variação da inflação sofreram com a expectativa da elevação da taxa de juros. Alguns investidores ficaram surpresos com o resultado observado e ainda passam por um processo de entendimento sobre os riscos da renda fixa. Veja abaixo algumas orientações sobre o assunto.
Por Alexandre Canalini
PERGUNTA E RESPOSTA
A minha aplicação prefixada perdeu valor em fevereiro e o investimento em inflação apresentou resultado negativo. Pensei que aplicações em renda fixa não apresentavam risco e fiquei surpreso com o resultado. Devo resgatar esses recursos?
Edson, por e-mail

Os investimentos em renda fixa podem ser considerados conservadores, contudo, não são livres de risco. Ao fazer uma aplicação em renda fixa você incorre no risco de mudança na taxa de juros.
Se você fez um investimento a uma determinada taxa e há queda na taxa de juros, você obtém um ganho com a valorização da sua aplicação. Isso decorre do fato de você ter pactuado uma taxa superior à que o mercado passou a remunerar as aplicações. Tal ocorrência foi observada ao longo do ano passado.
O cenário contrário também pode ocorrer. A expectativa de que a taxa de juros suba fará com que o seu investimento em renda fixa perca valor. Se você pactuou uma taxa e o mercado passa a remunerar melhor as novas aplicações, o seu ativo precisará perder valor para se adequar à nova realidade.
O cenário de expectativa de elevação da taxa de juros foi observado ao longo de fevereiro e, com isso, os ativos classificados como renda fixa desvalorizaram. Algumas aplicações em inflação tiveram desvalorização maior.
É saudável ter alguma participação em renda fixa na sua carteira de investimentos. Contudo, a proporção de ativos nessa categoria é que vai definir se suas operações são benéficas ou prejudiciais ao seu portfólio de investidor. Minha orientação final é que você procure balancear a sua carteira de acordo com o seu perfil. Isso é essencial para buscar uma relação risco/retorno adequada para você.
Alexandre Canalini é professor de Finanças da FGV. Amanhã, Sucesso nos Negócios.