Rio -  Foi dada a largada, com a finalização do projeto, para a criação do maior corredor expresso da cidade, o BRT Transbrasil — que ligará por 32 quilômetros o bairro de Deodoro ao Aeroporto Santos Dumont e promete modificar ‘a cara’ da cidade.

A Avenida Brasil receberá nove estações, sendo duas terminais e com embarque superior, na altura da passarela. Na chegada ao Centro, o transporte será interligado ao Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT), que passará a ser a única opção de transporte em toda Zona Portuária.

A licitação para as obras será realizada no mês que vem. O orçamento foi definido em R$ 1,5 bilhão. O BRT Transbrasil ficará pronto em até dois anos e meio.
Foto: Arte: O Dia
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O início do corredor Transbrasil será ao lado da estação ferroviária de Deodoro. Ali, um viaduto de 500 metros será erguido para fazer ligação com a Avenida Brasil. Ao chegar à Avenida Francisco Bicalho, o BRT vai circular ao lado do rio, onde serão construídas as estações. De lá, um novo viaduto será erguido para acesso à Avenida Presidente Vargas, que contará com sete estações.

Na Rua Primeiro de Março e na Avenida Antônio Carlos, algumas paradas serão integradas ao VLT, que contará com 46 estações espalhadas por todo o centro da cidade. Com o Transbrasil em funcionamento, estima-se que o tempo de chegada ao centro seja reduzido em 40%.

“Será uma das obras mais complexas, pelo tráfego intenso das vias. Isso vai exigir que nosso trabalho seja feito, na maior parte, durante a noite”, acredita o prefeito Eduardo Paes.

Pontes e viadutos

O projeto do novo BRT inclui ainda mais de 30 mil metros quadrados de pontes e viadutos. Além do alargamento das pistas laterais da Avenida Brasil, entre Irajá e Guadalupe, e a construção de um mergulhão de acesso ao Aeroporto Santos Dumont, preservando o patrimônio paisagístico do Aterro do Flamengo.
Paes esteve no jornal O DIA nesta quarta para apresentar os investimentos da prefeitura em mobilidade urbana | Foto: André Mourão / Agência O Dia
Paes esteve no jornal O DIA nesta quarta para apresentar os investimentos da prefeitura em mobilidade urbana | Foto: André Mourão / Agência O Dia
Com o novo BRT, serão 155 km de anel viário

Com o BRT Transbrasil, a prefeitura promete entregar à população um anel viário de 155 quilômetros de corredor expresso. No ano da sua inauguração, o BRT Transoeste transportou mais de 6 milhões de passageiros.

O próximo corredor a ficar pronto é o Transcarioca, que ligará a Barra da Tijuca ao Aeroporto Internacional Tom Jobim. Em seguida, entrará em operação o BRT Transolímpica, da Barra a Deodoro.

Todo investimento será imprescindível para a realização da Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos na cidade. Mas, para o prefeito Eduardo Paes, a construção dos corredores é mesmo um benefício para a população.

“Os eventos esportivos foram desculpas para a construção dos BRTs. Quem ganha é a população, que poderá contar com transporte de qualidade muito mais ágil e sem engarrafamentos”, aponta Paes, que esteve nesta quarta-feira na redação do DIA para apresentar aos jornalistas os investimentos em mobilidade urbana na cidade. Veja o vídeo do novo BRT
Exército não libera área e muda  o traçado da Transcarioca

O projeto inicial do BRT Transcarioca previa a desapropriação de 2 mil casas em Magalhães Bastos. Na época, a Prefeitura pediu ao Exército, que detém vários terrenos na região, o empréstimo de algumas áreas para a evolução do corredor até o viaduto do bairro.

O pedido foi parcialmente aceito e o que ficou de fora foi um trecho, ao lado de um conjunto residencial militar. “O Exército não abriu mão de uma parte do terreno e, por isso, 100 casas terão que ser desapropriadas”, explicou o prefeito Eduardo Paes.

De acordo com a secretaria municipal de Obras, o trecho de desapropriação em Magalhães Bastos é equivalente a dois quarteirões. As notificações serão divulgadas no Diário Oficial nas próximas semanas.

Com a saída de 100 casas, chega a 2.500 o número de desapropriações da Transcarioca até agora. No BRT Transoeste, a prefeitura gastou R$ 18 milhões com a saída de 70 casas.