Morro da Mineira debate o esporte e cobra atenção
Moradores deixam timidez de lado para trocar ideias em evento do DIA e do ‘Meia Hora’
Rio - Mesmo sendo vizinho dos dois principais poderes públicos da cidade — Prefeitura do Rio e Governo do Estado — e colado ao Sambódromo, o Morro da Mineira, no Catumbi, se ressente do abandono pelo poder público. O desejo de mais espaço para trtar dos problemas da comunidade ficou claro no mais recente evento da série de debates ‘Rio, Cidade sem Fronteiras’, iniciativa do DIA e do ‘Meia Hora’. O tema do encontro na Mineira foi ‘Esporte como forma de inclusão social’.
Há três anos com uma Unidade de Polícia Pacificadora, os moradores que foram ao evento deixaram claro que precisam de espaço e incentivo para evoluir no esporte. “Queremos mais atenção”, reivindicou Bruno Soares, o Brunão, voluntário e praticante de jiu-jítsu.
‘Luta pela Paz’, da Maré, enche os olhos dos moradores da Mineira
Durante o encontro, moradores da Mineira conheceram, e se encantaram, com uma das experiências bem sucedidas no Complexo da Maré: o ‘Luta pela Paz’, que começou há 17 anos com cinco jovens e já beneficiou quase 10 mil pessoas, nas academias de boxe montadas na favela.
Criado pelo ex-boxeador britânico Luke Dowdney, o projeto já foi exportado para Ásia e África. “Estamos capacitando 120 instituições estrangeiras que desejam desenvolver o programa em seus países”, explanou a gerente do projeto, Juliana Tibau, presente à mesa. Pedro Paulo Ferreira, presidente da Associação dos Moradores, se mostrou interessado em trazer luta de exibição para a Mineira. “A gente sente falta da invasão social”.
Estrela da Superliga prestigia debate
Sensação da Superliga e eleita a melhor sacadora da competição feminina de vôlei em 2012, a jogadora do Sesi-SP, Alessandra Januário dos Santos, a Neneca, é hoje o maior exemplo de vida para jovens da Mineira, onde nasceu e mora, quando está no Rio. Orgulhosa da comunidade, ela esteve presente ao encontro, ao lado da mãe e da sobrinha, e falou da importância do esporte como ferramenta de inclusão social. “Precisamos motivar as crianças. Como eu, muitos jovens também podem se destacar. Com um degrau de cada vez a gente chega lá”, sonha.
Já o cabo Flávio Teixeira, que comanda a escolinha de artes marciais na UPP da Providência para 180 crianças, acredita que o esporte é um eficiente chamariz para que crianças sejam educadas para a vida. “O jovem da comunidade passa a ver o atleta como referência positiva e deixa de se espelhar na figura do traficante”, ensina o policial, que contabiliza 800 medalhas de seus atletas mirins desde que o projeto começou, há três anos.
Estudante pede voluntário para dar aulas de dança
Na ausência do poder público, moradores da Mineira contam com a ajuda de voluntários para tocar os projetos sociais. Coordenador do projeto “Faça Uma Criança Sempre Sorrir”, Edmilson Peixoto se ressente da falta de investimentos do Estado.
“Os meninos têm o futebol. Para as meninas, ganhamos tapetes para dar aulas de dança e até hoje não conseguimos professora, porque não temos recursos para pagar”, diz o estudante de Serviço Social.
Segundo ele, empresas públicas e privadas não demonstram interesse em patrocinar as atividades com os jovens da comunidade. “As nossas festividades são bancadas pelos comerciantes. Cada um dá um pouquinho e até nós tiramos do bolso para oferecer o mínimo para as crianças”, critica Edmilson. O morador gostaria que, além de oferecer atividades esportivas, os jovens da região tivessem oportunidades de cursos profissionalizantes na comunidade.
Há três anos com uma Unidade de Polícia Pacificadora, os moradores que foram ao evento deixaram claro que precisam de espaço e incentivo para evoluir no esporte. “Queremos mais atenção”, reivindicou Bruno Soares, o Brunão, voluntário e praticante de jiu-jítsu.
O secretário municipal de Esportes e Lazer, Índio da Costa, garantiu que vai implementar mudanças importantes. Já se comprometeu em levar para a região o projeto ‘Virando o Jogo’, que promove cursos técnicos e atividades esportivas nas comunidades com UPP. Índio reconheceu a iniciativa do jornal: “Tirou o debate do ambiente fechado, com ar condicionado, e o levou às favelas para ajudar a construir novas políticas públicas. Isso é parceria”.
O historiador Edson Diniz, da ONG Redes da Maré e morador da comunidade, cobrou mais transparência dos gastos públicos nos eventos esportivos. “Devemos estar atentos ao que vai ser deixado de legado social para a cidade. Só de o jornal trazer o debate para cá, para dentro de uma favela, já mostra que estamos avançando na inclusão”, elogiou.‘Luta pela Paz’, da Maré, enche os olhos dos moradores da Mineira
Durante o encontro, moradores da Mineira conheceram, e se encantaram, com uma das experiências bem sucedidas no Complexo da Maré: o ‘Luta pela Paz’, que começou há 17 anos com cinco jovens e já beneficiou quase 10 mil pessoas, nas academias de boxe montadas na favela.
Criado pelo ex-boxeador britânico Luke Dowdney, o projeto já foi exportado para Ásia e África. “Estamos capacitando 120 instituições estrangeiras que desejam desenvolver o programa em seus países”, explanou a gerente do projeto, Juliana Tibau, presente à mesa. Pedro Paulo Ferreira, presidente da Associação dos Moradores, se mostrou interessado em trazer luta de exibição para a Mineira. “A gente sente falta da invasão social”.
Estrela da Superliga prestigia debate
Sensação da Superliga e eleita a melhor sacadora da competição feminina de vôlei em 2012, a jogadora do Sesi-SP, Alessandra Januário dos Santos, a Neneca, é hoje o maior exemplo de vida para jovens da Mineira, onde nasceu e mora, quando está no Rio. Orgulhosa da comunidade, ela esteve presente ao encontro, ao lado da mãe e da sobrinha, e falou da importância do esporte como ferramenta de inclusão social. “Precisamos motivar as crianças. Como eu, muitos jovens também podem se destacar. Com um degrau de cada vez a gente chega lá”, sonha.
Já o cabo Flávio Teixeira, que comanda a escolinha de artes marciais na UPP da Providência para 180 crianças, acredita que o esporte é um eficiente chamariz para que crianças sejam educadas para a vida. “O jovem da comunidade passa a ver o atleta como referência positiva e deixa de se espelhar na figura do traficante”, ensina o policial, que contabiliza 800 medalhas de seus atletas mirins desde que o projeto começou, há três anos.
Estudante pede voluntário para dar aulas de dança
Na ausência do poder público, moradores da Mineira contam com a ajuda de voluntários para tocar os projetos sociais. Coordenador do projeto “Faça Uma Criança Sempre Sorrir”, Edmilson Peixoto se ressente da falta de investimentos do Estado.
“Os meninos têm o futebol. Para as meninas, ganhamos tapetes para dar aulas de dança e até hoje não conseguimos professora, porque não temos recursos para pagar”, diz o estudante de Serviço Social.
Segundo ele, empresas públicas e privadas não demonstram interesse em patrocinar as atividades com os jovens da comunidade. “As nossas festividades são bancadas pelos comerciantes. Cada um dá um pouquinho e até nós tiramos do bolso para oferecer o mínimo para as crianças”, critica Edmilson. O morador gostaria que, além de oferecer atividades esportivas, os jovens da região tivessem oportunidades de cursos profissionalizantes na comunidade.
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