Jornais estrangeiros noticiam protestos contra aumento da tarifa de ônibus

Os periódicos se mostraram preocupados com a proximidade de grandes eventos como a Copa das Confederações

O DIA

Rio de Janeiro - Os principais jornais de todo o mundo repercutiram os protestos contra o aumento da tarifa do transporte público no Brasil. Os periódicos noticiaram nesta terça-feira a força do movimento e a violência com que a polícia reprimiu os manifestantes, com gás lacrimogênio e balas de borracha.
Os jornais também se mostraram preocupados com a proximidade de grandes eventos como a Copa das Confederações, que tem início neste sábado, e a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que receberá o Papa Francisco no próximo mês.
O periódio americano "Washington Post" assinalou que, desde o fim da Ditadura Militar, 1985, não há, no Brasil, manifestações de caráter tão violento. O jornal ainda esclareceu que os manifestantes não protestam somente o aumento de 20 centavos nas tarifas de ônibus, mas também as precárias condições do transporte público e a corrupção a qual os brasileiros estão submetidos.

Manchete desta sexta-feira do jornal espanhol "El País"

Foto:  Reprodução Internet

"É muito mais do que aqueles 20 centavos. Trata-se de uma sociedade que está cansada de políticos corruptos que não cumprem suas promessas de fazer melhoria. Queremos uma educação decente, saúde e transporte", contou o estudante Bruno Bisaglia, 24, que recolhia depoimentos para fazer um vídeo. Em São Paulo, a passagem de ônibus passou de R$3 para R$3,20.

"Esta onda de manifestações estabelece um precedente em um país com uma democracia de apenas 28 anos", destacou o jornal espanhol "El País", se referindo ao passado histórico do Brasil. O periódico também evidenciou que 235 pessoas foram detidas e mais de 100 feridas nos confrontos com a polícia.
Já o "The New York Times", destacou o frágil momento em que o Brasil se encontra. "Os potestos acontecem em um momento delicado para os políticos brasileiros, que têm que lidar com a inflação alta e o crescimento econômico lento". O jornal também mencionou que os protestos criam uma atmosfera de insegurança para eventos como a Copa das Confederações, a JMJ e, futuramente, a Copa do Mundo e as Olimpíadas.