Perícia em carro de major
Polícia apura se há vestígio de Amarildo no Sandero usado por ex-comandante da UPP
Rio - A viatura oficial da Polícia Militar que servia o major Edson Santos, ex-comandante da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha, virou alvo de investigação de policiais da Divisão de Homicídios (DH). Na semana passada, o veículo, um Sandero preto, foi periciado. Agentes usaram luminol, reagente que identifica sangue, para saber se há vestígios biológicos do pedreiro Amarildo de Souza, que desapareceu na favela dia 14 de julho.
Na terça-feira, dez PMs, entre eles Santos e o tenente Luiz Felipe de Medeiros, ex-subcomandante da UPP Rocinha, foram indiciados pela Polícia Civil por tortura seguida de morte e ocultação de cadáver do pedreiro. A pena pode chegar a 30 anos de prisão. O resultado do exame no Sandero descaracterizado deve sair ainda este mês. Três moradores da Rocinha que colaboraram com as investigações foram colocados no programa de proteção à testemunha.
O deputado também protocolou ontem representação contra o governador Sérgio Cabral na Organização dos Estados Americanos (OEA) por descumprir a Convenção Interamericana Sobre o Desaparecimento Forçado de Pessoas.
Capturado após dica de informante
Amarildo foi capturado pelos policiais porque um informante do soldado Douglas Roberto Vital Machado garantiu que o pedreiro sabia os locais onde traficantes de drogas da Rocinha guardavam armas, como O DIA mostrou nesta quinta-feira com exclusividade.
Vital era homem de confiança do major Edson Santos, ex-comandante da UPP. Amarildo foi abordado primeiro por Vital e três policiais. Mas recebeu apoio de outros cinco militares, além de Santos que, segundo as investigações, monitorava os passos dos subordinados. Os acusados negam participação no crime.
Na terça-feira, dez PMs, entre eles Santos e o tenente Luiz Felipe de Medeiros, ex-subcomandante da UPP Rocinha, foram indiciados pela Polícia Civil por tortura seguida de morte e ocultação de cadáver do pedreiro. A pena pode chegar a 30 anos de prisão. O resultado do exame no Sandero descaracterizado deve sair ainda este mês. Três moradores da Rocinha que colaboraram com as investigações foram colocados no programa de proteção à testemunha.
O promotor Homero das Neves Freitas analisa agora o inquérito da DH que tem quase duas mil páginas, com depoimentos, gravações telefônicas e imagens. A denúncia à Justiça contra os militares deve sair até segunda-feira.
“Só tenho uma certeza: o Amarildo entrou na UPP da Rocinha, mas não saiu”, afirmou o promotor. Além de ter imagens que mostram que Amarildo não passou pela escadaria da Dionéia, como sustentam os acusados, há depoimento de dois policiais que estavam próximos a localidade que também afirmam não ter visto Amarildo.
Homero avalia ainda se vai pedir a decretação da prisão preventiva dos policiais à Justiça por coação no curso das investigações. A polícia aguarda ainda o resultado de exame no Instituto Médico Legal (IML) de uma ossada encontrada em Resende, no Sul Fluminense, que pode ser do pedreiro.
Pedido de CPI para o caso
O deputado Geraldo Pudim (PR) entrou ontem com um pedido na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) para a criação de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) com o objetivo de apurar as causas do desaparecimento de Amarildo e de outros casos semelhantes no estado.
Pudim afirmou que, na próxima terça-feira, vai começar a coletar as 24 assinaturas de deputados estaduais necessárias para a criação da comissão.
“Existem muitos desaparecimentos no Rio com as mesmas características de Amarildo e a comissão pode ajudar nessas investigações”, justificou.O deputado também protocolou ontem representação contra o governador Sérgio Cabral na Organização dos Estados Americanos (OEA) por descumprir a Convenção Interamericana Sobre o Desaparecimento Forçado de Pessoas.
Capturado após dica de informante
Amarildo foi capturado pelos policiais porque um informante do soldado Douglas Roberto Vital Machado garantiu que o pedreiro sabia os locais onde traficantes de drogas da Rocinha guardavam armas, como O DIA mostrou nesta quinta-feira com exclusividade.
Vital era homem de confiança do major Edson Santos, ex-comandante da UPP. Amarildo foi abordado primeiro por Vital e três policiais. Mas recebeu apoio de outros cinco militares, além de Santos que, segundo as investigações, monitorava os passos dos subordinados. Os acusados negam participação no crime.
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