Rio - Após o término da assembleia realizada no Clube Municipal, na Tijuca, Zona Norte do Rio, cerca de 150 professores ocuparam a Rua Teleporto, em frente à Prefeitura, na Cidade Nova, na tarde desta sexta-feira. Na reunião, os docentes decidiram pela continuidade da greve.
Pelo menos 200 PMs acompanham a manifestação. Três ônibus da corporação estão estacionados no local. O acesso do Elevado Paulo Frontin para a Rua Afonso Cavalcanti ficou interditado. O motorista que sai do Rebouças deve acessar a Avenida Paulo de Frontin.
Professores foram para a frente da Prefeitura após assembleia
Foto: Karilayn Areias / Agência O Dia
O ato tem o objetivo de conseguir uma audiência com o prefeito Eduardo Paes, que sancionou o novo Plano de Cargos, Carreiras e Salários na quarta-feira, sob forte protesto na Câmara Municipal e repressão da Polícia Militar na terça. Os funcionários da educação também pedem a saída da secretária de educação Cláudia Costin, abono dos dias de greve e não reposição das aulas em janeiro.
Prefeitura dá sua versão para proposta
A Prefeitura do Rio deu nesta quinta-feira sua interpretação para a proposta de plano de cargos e salários apresentada pelo Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe) na mesa de negociação. Segundo o Executivo, os vencimentos chegariam a R$131.298 com 36 anos de carreira, considerando todos os pontos reivindicados. Hoje, o teto do funcionalismo é R$28.059.
PMs acompanharam ato
Foto: Karilayn Areias / Agência O Dia
De acordo o entendimento da prefeitura sobre a proposta do Sepe, o vencimento inicial do magistério — Professor I Médio 16 horas — seria de cinco mínimos (R$ 3.390). Ao manter a proporcionalidade, o salário inicial do Professor Médio equivalente a 40 horas pularia a R$ 8.475.
Ao calcular todas as exigências do sindicato, a prefeitura informou ter chegado aos seguintes exemplos de remuneração: R$ 14.822,83 (salário inicial de Nível 3 e Formação Licenciatura Plena 40 Horas); R$29.404,78 com cinco anos de carreira, com pós-graduação; R$ 43.911,15 aos 10 anos de magistério e com Mestrado.
Com 15 anos de carreira e Doutorado, o professor chegaria ao salário de R$ 57.486,35. Os vencimentos seriam de R$72.331,36 quando o docente completasse 20 anos no município e tivesse Pós-Doutorado.
Manifestação de professores em frente à Câmara tem tumulto e PM joga bombas de gás
José Pedro Monteiro / Agência O Dia
O salário ultrapassaria a casa dos R$ 100 mil com 30 anos de carreira, total de R$108.001,22. Já o salário de R$ 131.298,63 usado pelo prefeito Eduardo Paes em declarações contra o plano proposto pelo sindicato, seria pago aos 36 anos de magistério.
Entre os impactos responsáveis pelos altos salários estão as propostas de progressão por antiguidade a cada cinco anos com aumento de 15% entre os níveis e a incidência de adicional por tempo de serviço aplicado a cada triênio. Segundo a prefeitura, com o adicional o professor teria aumento de 65% em 36 anos. Sindicato rebate
O Sepe rebateu os números apresentados pela Prefeitura do Rio. Segundo Ivanete Conceição, da coordenação geral, a luta principal da categoria para 2013 era o reajuste salarial de 19%. “A prefeitura concedeu 6,75% e depois mais 8%. Ou seja, existe um saldo que ainda ficou para trás”. Entre níveis
“Quando defendemos que haja percentual de 15% entre os níveis, entendemos que durante o intervalo da progressão o chefe do Executivo vai dar conta de traduzir ao longo da carreira ganhos reais para a classe. É preciso avaliar os futuros cenários econômicos”, disse Ivanete. Valores 'nas alturas'
Ivanete rebateu o valor do salário de R$108.001,22 apresentado pela prefeitura. Segundo a coordenadora, o plano do Sepe prevê remuneração de R$12.915,42 para profissional de 40 horas com 30 anos de carreira e inicial de R$ 4.280,83 contra R$ 14.822,83 divulgado pela prefeitura.
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