Eliza ameaçou contar a Bruno o que sabia sobre Macarrão, diz testemunha
Prima do goleiro, Célia Rosa Sales relembra momentos que passou com vítima e Bruninho em sítio
| POR | ADRIANA CRUZ ALINE FREIRE VANIA CUNHA |
Contagem (Minas Gerais) - Segunda testemunha a ser ouvida nesta terça-feira, segundo dia do julgmento do goleiro Bruno e de sua ex-mulher, Dayanne Rodrigues, Célia Aparecida Rosa Sales, prima do goleiro, afirmou que Eliza Samudio chegou a ameaçar contar a Bruno o que sabia sobre Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, ex-braço direito do jogador. Célia foi convocada pela defesa de Dayanne.
"Não sei por quê esse gordo está rindo. Se eu contar as coisas que eu sei dele para o Bruno, a vida boa vai acabar", teria ameaçado Eliza Samudio, para Bruno e Célia, se referindo a Macarrão, quando estavam juntos no sítio do jogador, em Esmeraldas, Minas Gerais.
Sobre o último contato entre o goleiro e Eliza, Célia contou que eles entraram no carro e Bruno se despediu dela dizendo: "Tchau, vai com Deus". A informante relatou ainda que ficou com o bebê no sítio enquanto eles saiam na Range Rover do jogador.
Bruno é acusado de matar a ex-modelo Eliza Samudio. Já Dayanne, é acusada de sequestro e cárcere privado por esconder Bruninho.
Bruno é cumprimentado por Quaresma, seu ex-advogado e atual de Bola | Foto: Aline Freire / Agência O Dia
Tiago Lenoir, advogado de Dayanne, pediu para Célia especificar o trabalho de Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, ex-braço direito de Bruno.
"Se tinha que comprar alguma coisa, era ele. Se tinha que mandar alguma coisa, ele mandava". "Às vezes o Bruno estava ocupado, curtindo as filhas dele, e era o Macarrão que fazia as coisas", disse a testemunha.
Enquanto isso, Dayanne ouvia o depoimento e aparentava tranquilidade. De pernas cruzadas, ela chegou a sorrir para parentes que estão na platéia.
Respondendo às questões do advogado, Célia contou que soube do caso através da imprensa. Ela disse, ainda, que conheceu Eliza Samudio no sítio de Bruno. "Ela estava pegando sol na varanda, de biquíni, e se ofereceu para ajudar a fazer a comida. Era frango, quiabo e polenta".
Caso Eliza Samudio: Imagens do 2º dia de julgamento
Bruno conversa com o advogado Lúcio Adolfo
A ser questionada pela promotoria, Célia relembrou que Bruninho ficou com uma babá, amiga de Macarrão. Enquanto Dayanne viajava para o Rio. "No dia que fiquei com a criança, em nenhum momento ela foi mal tratada. A Dayanne cuidou do bebê como se fosse filho dela", afirma.
Perguntada sobre por quê Bruninho foi deixado com Wemerson Marques de Souza, o Coxinha, amigo do goleiro, uma vez que a ex-mulher de Bruno estava cuidando tão bem do bebê, a testemunha se esquivou. "Eu não sei porquê Dayanne entregou a criança para uma pessoa chamada Coxinha", respondeu.
Quando o promotor Henry Vasconcelos perguntou se era possível que Macarrão desse uma ordem para a ex-mulher do jogador (que teria mandado entregar a criança na beira da estrada), a testemunha respondeu: "O Macarrão trabalhava para Bruno e para Dayanne". Após ouvir essa afirmação, Lúcio Adolfo, advogado de Bruno tentou fazer um protesto, mas foi impedido pela juíza Marixa Rodrigues. Com isso, o promotor disse que não tinha mais perguntas a fazer para Célia.
Goleiro pede para sair do tribunal
Enquanto sua prima era ouvida como testemunha, Bruno pediu para se retirar por um instante do plenário. O goleiro permanece quase imóvel, de cabeça baixa, durante todo o julgamento. Um oficial de Justiça chegou a perguntar se o jogador está bem por duas vezes.
A promotoria tenta agilizar a sessão desta terça-feira e vem dispensando testemunhas, para que o julgamento chegue rapidamente à fase de embate entre acusação e réus. "A estratégia é fazer com que o acusado confesse ser, no mínimo, omisso", revelou o promotor Henry Wagner Vasconcelos.
A primeira testemunha a ser ouvida nesta terça, foi João Batista Alves, policial da Divisão de Homicídios de Contagem, em Minas Gerais. Em apenas 10 minutos, no entanto, a juíza Marixa Rodrigues encerrou o depoimento. Em seguida, a promotoria dispensou o detento Jaílson Alves de Oliveira, que seria o segundo a prestar depoimento. Ele é ex-companheiro de cela de Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, acusado de executar a ex-modelo.
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