A corrida contra o tempo ao volante dos ônibus
Carga excessiva de trabalho, estresse e descontos por metas não cumpridas são rotina
POR ALESSANDRO LO-BIANCO
Proposta em dezembro do ano passado pelo promotor Carlos Andresano Moreira, ela exige providências em relação às “condições precárias dos veículos”, entre outros itens.
Trabalhando até 16 horas por dia, motorista almoça sobre o volante para conseguir bater a meta de 200 passageiros e não ser descontado | Foto: Alexandre Viera / Agência O Dia
Segundo o presidente do sindicato, a dupla função está levando a uma escassez de motoristas: muitos estão pedindo demissão. É o caso de Ernani da Silva Freitas, que trabalha há 30 anos ao volante de um ônibus. Ele resolveu pedir as contas.
“Me colocaram para ser motorista e cobrador. Recusei e começaram a descontar do meu salário. Eles disseram que se eu não me adaptasse que pedisse para sair, pois iriam continuar descontando”.
Segundo um motorista que prefere não se identificar, a jornada de trabalho é bem puxada: “Trabalho 16 horas por dia sem horário de almoço, nem parada para usar o banheiro”.
“Me colocaram para ser motorista e cobrador. Recusei e começaram a descontar do meu salário. Eles disseram que se eu não me adaptasse que pedisse para sair, pois iriam continuar descontando”.
Segundo um motorista que prefere não se identificar, a jornada de trabalho é bem puxada: “Trabalho 16 horas por dia sem horário de almoço, nem parada para usar o banheiro”.
Oferta maior que a procura: cartaz anuncia vagas de emprego para motorista de ônibus. Mas só para mulheres | Foto: Alexandre Vieira / Agência O Dia
Em nota, a Fetranspor argumentou que a cobrança de passagens por motoristas é uma função prevista em acordo coletivo com a categoria dos rodoviários desde 2003 e reconhecida pelo Ministério do Trabalho: “As empresas entendem que não há risco à segurança desde que o profissional permaneça com o veículo parado enquanto faz o troco”. A
A entidade afirma que, com a adoção da bilhetagem eletrônica, caiu o uso de dinheiro nos coletivos, que representaria 40% das transações.
Mulher no volante, sucesso constante?
Ainda de acordo com o presidente do sindicato, José Carlos Sacramento, a oferta pelo trabalho como cobrador e motorista está cada vez mais alta e as empresas já começam a sentir uma diminuição no quadro de funcionários, o que implica em mais horas de serviço para os que ficam.
“Algumas companhias estão convocando somente mulheres, como se isso fosse mudar o nível de estresse de quem está ao volante. Não adianta, não vai ficar nem homem nem mulher assim”, disse.
Inquéritos em processo de conclusão
De acordo com a Polícia Civil, o inquérito que investiga o acidente que resultou na morte de sete pessoas dia 2 de abril será encaminhado ao MP nesta quarta-feira, junto ao pedido de prisão preventiva do motorista e do agressor.
Outro inquérito chama atenção pela demora. Trata-se do acidente com a linha 484, que vitimou cinco pessoas em junho. Segundo o delegado da 17ª DP, Maurício Luciano de Almeida, a demora é devido ao MP, que reluta em aceitar a denúncia.
“O inquérito já tem dados suficientes na visão da polícia. Mas retornou duas vezes do MP solicitando provas que já estão bem embasadas”, disse. Procurado, o MP não explicou o motivo.
A entidade afirma que, com a adoção da bilhetagem eletrônica, caiu o uso de dinheiro nos coletivos, que representaria 40% das transações.
Mulher no volante, sucesso constante?
Ainda de acordo com o presidente do sindicato, José Carlos Sacramento, a oferta pelo trabalho como cobrador e motorista está cada vez mais alta e as empresas já começam a sentir uma diminuição no quadro de funcionários, o que implica em mais horas de serviço para os que ficam.
“Algumas companhias estão convocando somente mulheres, como se isso fosse mudar o nível de estresse de quem está ao volante. Não adianta, não vai ficar nem homem nem mulher assim”, disse.
Inquéritos em processo de conclusão
De acordo com a Polícia Civil, o inquérito que investiga o acidente que resultou na morte de sete pessoas dia 2 de abril será encaminhado ao MP nesta quarta-feira, junto ao pedido de prisão preventiva do motorista e do agressor.
Outro inquérito chama atenção pela demora. Trata-se do acidente com a linha 484, que vitimou cinco pessoas em junho. Segundo o delegado da 17ª DP, Maurício Luciano de Almeida, a demora é devido ao MP, que reluta em aceitar a denúncia.
“O inquérito já tem dados suficientes na visão da polícia. Mas retornou duas vezes do MP solicitando provas que já estão bem embasadas”, disse. Procurado, o MP não explicou o motivo.
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