Rio -  Sem lançar  repertório inédito desde 2007, Guilherme Arantes volta ao disco com sede de expor sua indignada visão do mundo atual. É significativo que o subtítulo do CD ‘Condição humana’, nas lojas esta semana por via independente, seja ‘Sobre o tempo’.
‘ONDE ESTAVA VOCÊ’ É O HIT
No disco, calcado no piano e nos teclados de Arantes, o artista concilia seu inconformismo com o estado automatizado e anestesiado da humanidade nos dias de hoje — mote de ‘Olhar estrangeiro’, faixa de elétrico clima folk — com o romantismo já característico de seu repertório pop.
Canções de amor explícito como ‘Tudo que só fiz por você’ e ‘Oceano de amor’ reanimam o espírito do compositor hábil na arquitetura de baladas, um dos preferidos das FMs nos anos 80, década em que a obra de Arantes foi imersa no tecnopop em sonoridade hoje questionada pelo artista.
Na busca pela recuperação da ‘pegada’ de seus álbuns iniciais, o cantor gravou dez inéditas com banda afiada. O toque da guitarra de Luiz Carlini dá tom roqueiro à música-título ‘Condição humana’.
Das dez inéditas, o grande destaque é ‘Onde estava você’, faixa turbinada com estelar coro de vozes da atual cena ‘indie’ paulista (Tiê, Tulipa Ruiz, Thiago Pethit, Mariana Aydar, Marcelo Jeneci e Cia.). ‘Onde estava você’ tem jeito de hit — como tantas outras músicas pregressas de Arantes — e flagra o compositor na velha boa forma, embora nostálgico de sua modernidade pop.