domingo, 12 de maio de 2013

Solange Badim diz que, assim como a Delzuite, é uma supermãe


Solange Badim diz que, assim como a Delzuite, é uma supermãe

Atriz de 'Salve Jorge' ainda conta que cuida muito bem da filha

PAULO RICARDO MOREIRA
Rio - O almoço em família, neste domingo, vai ter um sabor mais que especial para Solange Badim. Em sua casa no Leblon, no Rio, ao lado da filha, Sofia, de 13 anos, a atriz recebe os pais e os irmãos para uma dupla comemoração: o Dia das Mães e o seu sucesso em ‘Salve Jorge’. Doze anos após ter feito sua primeira novela — ‘Porto dos Milagres’, em 2001 —, ela conquista o público como a batalhadora Delzuite, mãe de Lurdinha (Bruna Marquezine), Samantha (Karina Ferrari) e Aisha (Dani Moreno), a filha que ela imaginava morta, mas foi traficada.
“Sou mãezona que nem ela, cuido muito da minha filha. Delzuite é barraqueira, mas tem um jeito ingênuo. Não tem maldade. Ele é bacana, solidária, boa para as filhas”, exalta.
Solange se emocionou muito ao gravar o encontro entre Delzuite e a filha roubada ainda bebê na maternidade. Para ela, o tráfico de crianças foi abordado com sensibilidade pela autora Glória Perez.
'Sou uma mãezona', garante a atriz
Foto:  João Laet / Agência O Dia

“No caso de Aisha, foi bom mostrar que nem tudo são flores. Quando a pessoa que foi traficada encontra a mãe biológica, existe a possibilidade de um choque, uma rejeição. É comum que elas sintam um vazio que não conseguem preencher. Aisha tem um choque ao ver a família, que é pobre, mora na favela, mas o afeto é tão grande que ela se rende, percebe que nada cobram dela. É um amor incondicional”, diz.
Assim como Delzuite mantém Lurdinha em rédea curta — “Ela não quer que a filha se envolva com traficantes do Alemão, mas é difícil controlar uma menina de 20 anos”, comenta —, a atriz se desdobra em proteção e não dá colher de chá à filha. “Apesar de ter 13, Sofia ainda é uma criança. Hoje em dia, elas não são bobas como éramos na infância, são muito adiantadas, antenadas, têm acesso a muita informação, internet, tudo! Mas, por enquanto, não deixo minha filha sair à noite, não! Nem pensar”, avisa.
Não foi só o instinto materno da personagem que cativou os espectadores de ‘Salve Jorge’. Aos 49 anos, Solange acredita que a moradora do Alemão atraiu a cumplicidade de muitas mulheres por ser capaz de perdoar as traições do marido, o malandro Pescoço (Nando Cunha).
“A maioria das mulheres quer que ela largue o Pescoço, fala que conhece homens como ele. Acho difícil julgar quando se trata de amor. Cada um sabe de suas necessidades e carências. Delzuite se sente feliz com o Pescoço, que é bom amante. E, por isso, acaba perdoando os erros dele. Muita gente tem esse tipo de relacionamento, que é meio doentio, em qualquer classe social. Não acho uma coisa saudável. É um desrespeito das duas partes. Não quero isso pra mim, não”, diz ela, que está solteira e mantém a amizade com o ex-marido, o artista plástico e cenógrafo Sérgio Marimba, pai de sua filha. “A nossa relação é de admiração e carinho mútuos. Ele é muito presente na vida de Sofia”.
A atriz garante que nunca brigou por causa de homem, como faz Delzuite com a rival Maria Vanúbia (Roberta Rodrigues), nem passou por situação semelhante à vivida na trama, envolvendo traição. Mas ela admite que seria capaz de dar uma segunda chance ao companheiro. “Não perdoaria alguém como Pescoço, que é uma carne dura de engolir. Mas acho válido perdoar. Eu daria uma segunda, talvez até uma terceira chance. Mas isso é muito relativo, não dá para cravar”, pondera.
A boa vida que Delzuite dá ao malandro também não é bem-vista. “Tem muito homem encostado como Pescoço nas classes mais baixas. Ninguém tem que depender do outro. Acho que precisa haver um meio termo, uma parceria, não pode ter alguém montando. Ficar na aba não é uma coisa bacana. Mas não digo que dessa água não beberei, porque a pessoa pode ficar sem emprego por um tempo. Isso não é um crime. Mas tem prazo de validade. Ter uma pessoa nas costas o tempo inteiro não dá!”, avalia. Se pudesse escolher um final para Delzuite e Pescoço, ela diz que gostaria de ver o malandro pegando pesado no trabalho. “Queria que ele arrumasse um emprego. Eu até o vejo trabalhando com uma gravatinha, fazendo aquele horário das 9h às 17h”, brinca.
Com 30 anos de carreira, grande parte dela desenvolvida no teatro, e participações em ‘Malhação’ e nos seriados ‘A Diarista’ e ‘A Grande Família’, Solange conta que sua vida não mudou por causa do sucesso na novela das nove.
“Nas ruas, as pessoas me param para dar parabéns. Fico lisonjeada, adoro que cheguem em mim. Não sou estrela, não tenho deslumbre. Que venham os elogios, sim! Espero fazer cada vez melhor. Na TV, é difícil dimensionar essa coisa do sucesso. No teatro, eu já tinha esse carinho, e dá para sentir na hora quando a plateia gosta da peça”, conta ela, que planeja levar o musical ‘Emilinha & Marlene — As Rainhas do Rádio’ a São Paulo no segundo semestre. A atriz também já tem convite da dupla de diretores e produtores Charles Möeller e Claudio Botelho para estrelar outro musical ano que vem. “Sempre trabalhei no teatro. Para mim, a TV não é um fim, é um meio. Não queria fazer qualquer coisa. Claro que quero fazer mais TV! Gosto de trabalhar”.

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