sexta-feira, 5 de julho de 2013

Correios: Greve após assaltos

Correios: Greve após assaltos

Funcionários do Centro de Distribuição Domiciliária em Rocha Miranda pedem mais segurança

HILKA TELLES
Rio - Depois de dezenas de roubos a carros de entrega dos Correios e Telégrafos nos últimos meses — um único motorista foi assaltado 21 vezes —, 86 funcionários do Centro de Distribuição Domiciliária (CDD) de Rocha Miranda fizeram uma paralisação de 24 horas, nesta quinta-feira, exigindo mais segurança durante seus trajetos.
O estopim do movimento foi um novo ataque de bandidos a mais um motorista, anteontem. Os trabalhadores reivindicam que a empresa providencie escolta armada para os veículos de entrega e que desmembre o CDD de Rocha Miranda, montando uma unidade também na Pavuna — eles alegam que não conseguem cobrir toda a região.
Segundo Paulo César da Silva, diretor do Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos e Similares (Sintect), a região atendida pelo CDD Rocha Miranda engloba vários locais considerados de risco, como as favelas Lagartixa, Jorge Turco e Pedreira, que não estão pacificadas.
Os ataques sempre acontecem durante os trajetos, mas na maioria das vezes, os veículos são levados para as proximidades ou para dentro das comunidades.
Sobre a onda de assaltos aos veículos de entrega, a assessoria de imprensa dos Correios disse que há contatos regulares com órgãos de segurança pública e que a apuração dos roubos é atribuição do Núcleo de Repressão a Crimes Postais, da Polícia Federal.
Os Correios afirmam também que o projeto de desmembramento já foi aprovado e que a empresa está providenciando um imóvel para instalar a nova unidade da Pavuna.
Projeto encalhado
“O desmembramento está aprovado há 12 anos, mas nunca vira realidade. Há dois anos e meio, os Correios iniciaram um processo de aquisição de um imóvel na Pavuna, e até agora nada aconteceu também”, rebateu Paulo César da Silva.
Procurada, a empresa preferiu não se pronunciar sobre as críticas feitas pelo dirigente sindical.
"Vão esperar incendiar o carteiro?"
Quando o motorista de entregas dos Correios, Aloisio Rodrigues Alves, leva uma fechada no trânsito, entra em pânico. Não é para menos: nos últimos meses, ele foi assaltado 21 vezes. O último ataque foi semana passada, quando o funcionário, com 24 anos de casa, foi rendido por dois ladrões de moto, em Honório Gurgel. Os bandidos levaram o veículo, que acabou incendiado.
Num outro assalto, Aloisio foi levado também. Depois que os ladrões retiraram todas as entregas de dentro do veículo, o trancaram no baú. A polícia foi informada e o localizou. “Não aguento mais. Será que a empresa vai esperar que os assaltantes toquem fogo no carteiro também para tomar providências?”.


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