domingo, 9 de junho de 2013

Caçula de talento: Porta-bandeira mais jovem da Sapucaí revela caminhada

Caçula de talento: Porta-bandeira mais jovem da Sapucaí revela caminhada

Com apenas 16 anos de idade, Amanda Poblete se destaca e já ocupa posto de porta-bandeira principal no Carnaval carioca

RAFAEL ARANTES
Amanda é a porta-bandeira mais nova da Sapucaí
Foto:  Ricardo Almeida / Divulgação
Rio - A essência do Carnaval continua se renovando. Enquanto muitos duvidam da constante evolução do espetáculo, a Marquês de Sapucaí conta com uma grande revelação em atividade. Se poucos acreditam no potencial dos jovens sambistas, Amanda Poblete tem apenas 16 anos e nem mesmo a pouca idade a distancia das grandes responsabilidades no Carnaval.
Detentora do status da porta-bandeira principal mais jovem entre as escolas do Grupo Especial e da Série A do Carnaval do Rio, Amanda já possui um histórico considerável no currículo de samba. Presente no espetáculo desde os 12 anos, a sambista conta com o grande apoio dos familiares durante a intensa rotina de atividades no difícil dia-a-dia de uma amante do Carnaval. Aprendiz da Escola de Mestre-Sala e Porta-bandeira Manoel Dinísio, a bela menina se divide, hoje, entre os compromissos na dança e os estudos para o vestibular.
Para o Carnaval de 2014, Amanda tem um desafio um pouco diferente. Após se afastar da Renascer de Jacarepaguá, vem à tona a prova do ditado que "o bom filho à casa torna" e agora com um dever ainda mais importante. Recentemente, a mascote da Sapucaí foi contratada pela Vermelha e Branca para defender o pavilhão principal da escola, além disso, o próximo ano marcará o reencontro da dançarina com seu antigo mestre-sala.  Leia, na íntegra, o bate-papo com Amanda Poblete:
2014 na Renascer: Jovem sambista está de volta à escola
Foto:  Ricardo Almeida / Divulgação

DIA na Folia: Como está sendo esse início de rotina no retorno para a Renascer?
Amanda Poblete: Estou ansiosa, já começamos os ensaios e tudo. O Thiago, além de ser muito amigo e parceiro, é um excelente mestre-sala, nos damos muito bem. Agora estamos revivendo o que já tínhamos começado juntos e criando novas coisas também. Vai ser muito especial.
Está dando para conciliar bem os ensaios com seus estudos?
Dá pra conciliar bem, é só saber se organizar, designar um horário pra cada coisa que dá certo. Eu tenho prova toda semana e mesmo assim dá tempo de estudar no início da semana e deixar o samba mais para sábado e domingo. Acredito que tenho que me formar, ter meu emprego fora do Carnaval. Até porque, vai chegar uma hora que não terei mais tanto pique pra dançar como tenho hoje em dia. Tenho que pensar no futuro também.
Mas como isso tudo começou?
Eu sempre dancei mas apesar de frequentar o samba, nunca havia me interessado pela dança do casal de mestre-sala e porta-bandeira. As coisas mudaram de repente, quando minha mãe começou a participar de uma escola mirim e levou um menino para aprender a dançar no Projeto do Manoel Dionísio. Lembro que eu fui junto e me apaixonei logo de cara. Daí em frente não larguei mais.
Jovem começou a dançar através da Escola Manoel Dionísio
Foto:  Divulgação
Existe o apoio em casa?
Minha família me dá muito apoio, tudo que preciso posso contar. Meus pais, por me acompanharem sempre, acabaram aprendendo sobre a dança e até me ajudam. Sou muito grata a eles. Se não fosse toda essa força que me dão, nada disso que vivo hoje seria possível.
E quando passou a dançar pelas escolas de samba?
Foi no mesmo ano em que comecei a participar do Projeto. Fui chamada pra ser segunda porta-bandeira no Sereno de Campo Grande. Depois, fui segunda também na Unidos de Padre Miguel e a principal na Mocidade Unida de Jacarepagua. Mais para frente me tornei a segunda na Renascer e primeira na Difícil é o Nome. Na Tuiuti foi diferente, foi a primeira porta-bandeira e desfilando na Sapucaí. Agora, estou de volta à Renascer, também no posto principal.
Amanda dançou para o Príncipe Harry pela União da Ilha
Foto:  Divulgação
Existe algum momento especial e curioso que consiga citar?
Nossa, tem um caso muito especial. Fui convidada pela Ilha para dançar paro Príncipe Harry em sua visita ao Rio. Foi um dia inesquecível. Isso tudo aconteceu através da equipe de coordenação de casais da Ilha, eles são uns queridos. Lembro que neste dia os casais da escola tinham outros shows para fazer e daí surgiu a ideia de me convidarem. Foi uma sensação única, muito legal mesmo.
E a sensação de ter entrado na Sapucaí como 1ª porta-bandeira pela primeira vez?
Nossa, é sempre muito emocionante. Mas como primeira, você tem que conciliar a responsabilidade e a emoção ao mesmo tempo, é um gramde desafio e também agradável demais. A primeira vez, em si, é até difícil de descrever. O coração acelerou, acho que senti todos os sentimentos possíveis de uma só vez.
Amanda defendeu o pavilhão do Tuiuti em 2013
Foto:  Ricardo Almeida / Divulgação
Como é ser a porta-bandeira principal mais jovem da Sapucaí? Se inspira em alguém?
Eu me sinto muito honrada. Há uma confiança muito grande depositada em mim, é o reconhecimento do meu trabalho. É muito gratificante, muito mesmo. Acredito que isso vai me ajudar também a evoluir ainda mais. Quanto mais responsabilidade, mais trabalho, mais ensaios e comprometimento, a evolução e o amadurecimento vão surgindo cada vez com mais intensidade. Acho que me inspiro em todas as porta-bandeiras, cada uma possui experiências e coisas para passar. Todas são "mãezonas", são sempre muito solícitas e estão sempre me ajudando.
Diria que já conseguiu realizar seu maior sonho no Carnaval?
Ainda não. Acredito que tenho muita coisa para alcançar ainda. Meu maior sonho é conseguir ser campeã e premiada no Grupo Especial, mas vou com calma. Quero um degrau de cada vez (risos).
Qual o segredo para, mesmo tão jovem, não desistir desses sonhos?
Quando há um desejo, temos que ir até o final. Se alguém possui esse sonho, digo para não desistir nunca. É preciso ter muita dedicação e determinação. Se há o amor pela arte, vale a pena passar por cima dos obstáculos.


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