Rio -  Uma simples equação do segundo grau tirava o sono de Maria Aparecida Marins, de 17 anos. Aluna do 1° ano do Colégio Estadual Professora Maria Terezinha, na Praça Seca, ela penava para conseguir acompanhar o conteúdo da sua série. Mas, graças ao programa de reforço escolar implementado em maio pela Secretaria de Educação, a matemática tem deixado de encher o boletim de Maria de notas vermelhas. Além dela, outros 27.700 alunos estão sendo beneficiados com aulas extras de português e matemática.
"Cheguei aqui sem saber equação do segundo grau e até mesmo a regra dos sinais, que é algo básico. Sempre tirava 0, 0,1, 0,2 e chorava muito. Quando soube do reforço, me inscrevi na hora. Já estou perdendo o medo da matéria e minhas notas melhoraram. Na última prova, tirei 7,8", comemora Maria.
Aluna Maria Aparecida Marins se beneficia de aulas de reforço | Foto: Divulgação
Aluna Maria Aparecida Marins se beneficia de aulas de reforço | Foto: Divulgação
A aluna não apenas resolve a equação, como também já consegue fazer o gráfico com as raízes do problema. Enquanto os números de Maria enchem o quadro, o professor Valter Luiz Gonçalves comenta a evolução da estudante.
 
"É gratificante demais ver uma aluna que mal sabia multiplicar direito resolver uma questão corretamente. É isso que faz o trabalho valer a pena. Cerca de 80% dos alunos chegam com deficiência de conteúdos básicos, como tabuada. O reforço escolar tem essa função, de corrigir as deficiência, fundamentar as bases deles e fazer com que eles entendam realmente a disciplina", afirma o professor.
Os alunos e professores que participam do projeto de reforço escolar contam com um material específico produzido pela Fundação Cecierj. As aulas geralmente ocorrem em dois tempos de 50 minutos, duas vezes por semana. De acordo com Patrícia Alexandre, coordenadora de Ensino Médio da Secretaria de Educação, o programa ainda está em fase de testes e, no ano que vem, mais escolas e estudantes serão beneficiados.
No Colégio Estadual João Alfredo, em Vila Isabel, as aulas de reforço de português e matemática já têm refletido no boletim dos alunos. Mas os professores acreditam que vão contribuir para melhorar o desempenho do colégio no Saerjinho, realizado na semana passada. De acordo com a professora de matemática Raquel Randeiro, em poucos meses de reforço a média de notas dos alunos saltou de 3 para 6.
"Ainda não chegamos no ideal, mas entendemos que eles estão subindo degraus. É bom demais ouvir: 'Agora eu entendi'", disse.