Rio - Uma série de atitudes da diretoria do Flamengo, preocupada com o vazamento de informações, tem causado mal-estar entre membros do Conselho Deliberativo. O último episódio aconteceu terça-feira, quando uma reunião foi convocada e cancelada em menos de seis horas, porque a matéria - patrocínio da Caixa Econômica - não havia sido submetida a poderes como o Conselho Fiscal e a Comissão de Finanças. A votação foi remarcada para a próxima terça.
Diretoria tenta conter vazamento de informações | Foto: Divulgação
Segundo um conselheiro, o acordo não teria sido submetido ao Conselho Fiscal pelo fato de José Pires e Gonçalo Veronese, aliados de Leonardo Ribeiro, ainda fazerem parte dele. O nome da Caixa nem sequer foi citado no e-mail de convocação. Foi divulgado, no entanto, que a desconvocação da reunião teve como causa o fato de faltarem detalhes do contrato.Em 11 de abril, a divulgação do resultado da auditoria feita no clube, que apontou uma dívida de R$ 750 milhões, também causou insatisfação. Alguns conselheiros não gostaram de saber da conclusão do levantamento pela imprensa - teria havido apenas uma apresentação para o Conselho de Administração. O pior é que, mesmo com o cuidado excessivo, houve vazamento e o valor do rombo foi divulgado antes da entrevista coletiva.
Cinco dias depois, foi levada à votação uma mudança no estatuto do clube. Passariam de 50 para 400 as assinaturas de conselheiros necessárias para que uma pauta fosse discutida no Conselho Deliberativo. A ação foi vista como uma tentativa de manobra para evitar contestações à diretoria. Além disso, o processo teria sido mal conduzido. Quem fosse a favor da mudança levantaria uma placa vermelha primeiro, e contra, uma preta, depois. Quando o presidente do Conselho, Delair Dumbrosck, viu o número de placas vermelhas erguidas, deu a votação por encerrada. Após reclamações, ele pediu para que as placas fossem empilhadas em cima da mesa. Por dois votos, a alteração foi vetada.Na mesma reunião, o conselheiro Paulo César Ferreira questionou o fato de a diretoria colocar a dívida do Flamengo na conta da ex-presidenta Patricia Amorim. Ele cobrou a responsabilização de outros que dirigiram o clube, como Delair Dumbrosck, Márcio Braga e Kleber Leite, todos aliados da atual gestão.
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