Colômbia -  O debate entre governo colombiano e Farc, que acontece em Cuba, segue girando em torno da temática terra, onde as partes divergem sobre avanços obtidos, com os negociadores indicados pelo presidente Juan Manuel Santos afirmando que acontecem em ritmo "insuficiente". A mesa de diálogo de Havana concluiu nesta sexta-feira seu oitavo ciclo de conversas, sem ter encerrado o debate sobre desenvolvimento agrário integral, o primeiro ponto da agenda.
Ambas as partes afirmam que houve "importantes avanços" e que há uma minuta de acordo sobre questões como desenvolvimento social no âmbito agrário, infraestrutura e adequação de terras. Segundo o grupo de negociadores do governo, liderado pelo ex-vice-presidente Humberto de la Calle, o ritmo da discussão é insuficiente e inconstante. "Poderíamos ter avançado muito mais. A opinião pública cobra resultados", afirmou De la Calle.
Os representantes da guerrilha, no entanto, estão satisfeitos com as conquistas alcançadas e admitem ser possível que ao longo do mês o debate sobre o tema terra seja encerrado, passando assim para a discussão sobre a participação política da Farc após superado o conflito. Em um momento tenso, os representantes das Farc deixaram claro que não reconhecem a "autoridade moral" dos tribunais colombianos para julgar os guerrilheiros, e que uma assembleia nacional constituinte é que deve emitir "sentença sobre a conduta dos adversários e sanar as feridas da pátria".
A guerrilha aproveitou para criticar o ministro da Agricultura da Colômbia, Juan Camilo Restrepo, que em uma entrega de terras supostamente tomadas pelas Farc, afirmou que camponeses foram desalojados daqueles locais, o que foi classificado como "mentira". De la Calle defendeu o titular da pasta, negando que Restrepo tenha tomado atitude que pudesse desestabilizar o processo de paz. "Nos parece injustificada a declaração das Farc sobre o ministro", afirmou o ex-vice-presidente. Com a conclusão do oitavo ciclo de negociações, Governo e Farc voltarão a dialogar em Havana no dia 15 de maio, de acordo com comunicado conjunto divulgado pelas partes.
As informações são da EFE