Protesto no Centro termina com detidos e feridos
Cerca de 10 mil pessoas marcharam contra aumento na tarifa dos ônibus. Estudante foi atingido no olho
Rio - Cerca de 10 mil pessoas participaram, na noite desta quinta-feira, do protesto contra o aumento da passagem de ônibus no Centro do Rio. Ao contrário do que aconteceu em São Paulo, onde os atos foram marcados por confrontos violentos entre a polícia e os jovens, houve confusão rápida só no fim da passeata, quando parte dos manifestantes seguia para a Central.
Na Central, jovens que se diziam do movimento atearam fogo a montes de lixo. Um grupo teria sido detido.
Antes da confusão, a manifestação transcorreu pacífica. De prédios foram jogados papéis picados em apoio. O medo de confronto com a polícia fez com que grupo cedesse máscaras. A passagem passou de R$ 2,75 a R$ 2,95 no dia 1º.
Metrô: acesso e estação fechados
Por causa da confusão, o MetrôRio deixou apenas o acesso pela Avenida Marechal Floriano aberto para quem precisava usar a Estação Presidente Vargas. Também houve problema na Estação Cidade Nova, que chegou a ficar completamente fechada para embarque e desembarque.
A Universidade Estácio de Sá em frente à Uruguaiana fechou as portas para que os manifestantes não invadissem a unidade. Amanhã, haverá outro protesto em Niterói, em frente às barcas, na Praça Arariboia, às 17h.
Em São Paulo, jornalistas feridos com bala de borracha
No quarto dia de protestos em São Paulo, houve novos confrontos entre manifestantes e policiais após uma hora de caminhada pacífica. Mais de 60 pessoas foram presas no Centro. Manifestantes fizeram barricadas com fogo, para evitar a aproximação de PMs.
Usaram também rojões e pedras para enfrentar os militares. A Tropa de Choque recebeu o reforço da Cavalaria para conter a manifestação.
Colaborou DIego Valdevino
Um estudante levou tiro de borracha no olho esquerdo, e um PM foi atingido com pedrada na cabeça. Um terceiro manifestante se feriu. Segundo a Polícia Militar, 16 pessoas foram detidas e encaminhadas à 5ª DP (Mem de Sá), mas a Polícia Civil informou que somente duas prestaram esclarecimentos O protesto começou às 17h na Candelária e seguiu, primeiramente, para a Cinelândia.
O estudante Philippe Brissant de André de Lima, 20 anos, levou o tiro quando estava próximo à Rua Uruguaiana. “Estava perto dele. Quando olhei para trás, vi um policial atirar à queima-roupa. Pura covardia. Ele só protestava”, afirmou o advogado André de Paulo, que estava no movimento e ofereceu assistência jurídica ao jovem, levado para o Hospital Souza Aguiar.
A Avenida Rio Branco ficou interditada por uma hora, quando começou a manifestação e, no final, quando cerca de 200 homens do Batalhão de Choque chegaram para dispersar pequeno grupo.
Os jovens ficaram frente a frente com os policiais, que estavam com escudos. As fachadas da Assembleia Legislativa (Alerj) e da Igreja de São José, na Av. Presidente Antônio Carlos, foram pichadas.Na Central, jovens que se diziam do movimento atearam fogo a montes de lixo. Um grupo teria sido detido.
“Como diz uma das nossas faixas, se a passagem não baixar, o Rio vai parar. Não vamos encerrar os protestos até a tarifa ser reduzida”, prometeu o universitário Tadeu Alencar, 26. A maioria dos manifestantes era de estudantes, mas o ato atraiu simpatizantes como o aposentado Sérgio Luiz Santos, 61, que segurava cartaz com a frase ‘Não me bata, proteja-me’: “Sou povão e sofro na pele o que representa este aumento da passagem, por isso estou aqui.”
Gás de pimenta e lacrimogêneo
A tensão que marcou o fim da manifestação, na Avenida Presidente Vargas, dividiu de um lado o Batalhão de Choque, com escudos, e policiais do 5º BPM (Praça da Harmonia), e do outro, o grupo.
Algumas pessoas ficaram assustadas e buscaram refúgio dentro de agências bancárias, hotéis e bares.
Para conter o tumulto, a polícia usou gás de pimenta e lacrimogêneo e fez disparos para o alto. Nesse momento, o grupo jogou flores em resposta. O clima ficou tenso quando manifestantes tentaram depredar a Delegacia de Proteção a Criança e Adolescente. Várias agências bancárias foram quebradas por grupo menor.
No percurso até a Alerj, alguns jovens picharam pontos de ônibus, prédios e bancos com as frases “R$ 2,95, não”, e “Fora Cabral”.Antes da confusão, a manifestação transcorreu pacífica. De prédios foram jogados papéis picados em apoio. O medo de confronto com a polícia fez com que grupo cedesse máscaras. A passagem passou de R$ 2,75 a R$ 2,95 no dia 1º.
Metrô: acesso e estação fechados
Por causa da confusão, o MetrôRio deixou apenas o acesso pela Avenida Marechal Floriano aberto para quem precisava usar a Estação Presidente Vargas. Também houve problema na Estação Cidade Nova, que chegou a ficar completamente fechada para embarque e desembarque.
A Universidade Estácio de Sá em frente à Uruguaiana fechou as portas para que os manifestantes não invadissem a unidade. Amanhã, haverá outro protesto em Niterói, em frente às barcas, na Praça Arariboia, às 17h.
Em nota, a Anistia Internacional declarou que vê com preocupação o aumento da violência na repressão aos protestos no Rio e São Paulo. Segundo a ONG internacional, “também é preocupante o discurso das autoridades sinalizando uma radicalização da repressão e a prisão de jornalistas e manifestantes”.
A Anistia também ponderou que é “contra a depredação do patrimônio púbico e atos violentos de ambos os lados”.Em São Paulo, jornalistas feridos com bala de borracha
No quarto dia de protestos em São Paulo, houve novos confrontos entre manifestantes e policiais após uma hora de caminhada pacífica. Mais de 60 pessoas foram presas no Centro. Manifestantes fizeram barricadas com fogo, para evitar a aproximação de PMs.
Usaram também rojões e pedras para enfrentar os militares. A Tropa de Choque recebeu o reforço da Cavalaria para conter a manifestação.
Por volta das 21h45, o trânsito foi liberado na Avenida Paulista, um dos palcos principais dos enfrentamentos. Outras vias importantes, como as ruas da Consolação e Augusta, também estiveram no roteiro dos manifestantes.
Confusão no fim de passeata que reuniu 10 mil deixou três feridos
Ernesto Carriço / Agência O Dia
O jornalista Piero Locatelli, da ‘Carta Capital’, estava com frasco de vinagre — usado para cortar o efeito de gás lacrimogêneo — na mochila e por isso foi detido. Repórteres da ‘Folha de S.Paulo’, Giuliana Vallone e Fábio Braga foram atingidos no rosto por disparos de bala de borracha da Tropa de Choque.
O prefeito Fernando Haddad afirmou que o valor das passagens será mantido. O governador Geraldo Alckmin também descartou a possibilidade de reduzir as tarifas de ônibus, trens e metrô por 45 dias, como sugeriu o Ministério Público.
Colaborou DIego Valdevino
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