Grupo de índios afirma que pretende resistir e voltar à Aldeia Maracanã
POR CHRISTINA NASCIMENTO
Rio - A PM reuniu ontem efetivo de 60 homens e comandantes de três batalhões — Bope, Choque e 4º BPM (São Cristóvão) — na ação para retirar da Aldeia Maracanã oito indígenas, entre eles um bebê, que voltaram a ocupar o antigo prédio do Museu do Índio, no mesmoterreno. O grupo foi levado para a 18ª DP (Praça da Bandeira) num carro do Bope e liberado após ficar duas horas detido. Eles foram autuados por invasão de domicílio.
A remoção dos índios aconteceu ao mesmo tempo em que um protesto começou em frente ao museu. A polícia usou spray de pimenta e um casal de manifestantes foi encaminhado para a delegacia por desacato à autoridade. Parte da Av. Radial Oeste chegou a ficar interditada por 20 minutos.
Índios são retirados de prédio da Aldeia Maracanã pelo Bope e são levados para 18ª DP (Praça da Bandeira) | Foto: Alexandre Vieira / Agência O Dia
A justificativa para o efetivo usado na operação, segundo o relações-públicas do Bope, major Ivan Blaz, é que quatro milhões de pessoas — população circulante na cidade no momento de rush — poderiam ser prejudicados pela ação dos invasores. “Eles fazem parte de um grupo de manifestantes. Precisávamos preservar a vida deles. É uma ação técnica que necessita dessa quantidade de policiais”, afirmou o oficial.
Um dos detidos, o professor de Língua e Cultura Indígenas Uruturau Guajajara, afirmou que o grupo vai tentar entrar novamente na Aldeia Maracanã. “Aquele lugar é nosso. Estamos vagando por vários pontos da cidade, porque queremos nosso espaço de volta. Vamos resistir”, afirmou ele.
No dia 22 do mês passado, ocorreu a desocupação do Museu do Índio, que dará lugar ao Museu Olímpico. Parte do grupo dos indígenas foi levado para a antiga colônia de Curupaiti, em Jacarepaguá, área antigamente destinada a portadores de hanseníase.
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