Rio -  Apesar da pacificação no Complexo do Alemão, ação que levou 340 policiais a patrulharem a região há um ano e oito dias, comerciantes estão apreensivos com a onda de saques que têm ocorrido com frequência de madrugadas. Desde o Carnaval, 25 lojas já foram invadidas. Somente nas últimas duas semanas, na Rua Nova Brasília, 11 estabelecimentos foram arrombados e saqueados.
Um dos alvos foi um açougue, que teve prejuízo de R$ 125 mil. “Roubaram carnes de tudo quando é tipo, praticamente fizeram a limpa”, disse um funcionário que pediu para não ser identificado.
Porta de farmácia arrombada em Nova Brasília é consertada | Foto: Alessandro Costa / Agência O Dia
Porta de farmácia arrombada em Nova Brasília é consertada | Foto: Alessandro Costa / Agência O Dia
Na manhã de ontem, funcionários da Farmácia Popular da Nova Brasília consertavam a porta da drogaria, que foi arrebentada de madrugada anterior. Um grande lote de medicamentos foi roubado. “Alguns moradores disseram que a ação durou apenas dez minutos. Registrei ocorrência na 22ª DP, e estou preocupado com os prejuízos”, disse o dono do estabelecimento.
Segundo o major Márcio Rodrigues Ferreira dos Santos, que faz o patrulhamento na região, os bandidos estariam agindo em pontos inusitados e de madrugada, o que requer estratégias para recolocar os policiais em novos pontos notificados, apesar de toda região estar patrulhada. “Eles agem na madrugada, em minutos. Em alguns locais, nem sinal de arrombamento tem, o que indica que pode ter alguém conhecido do comércio local, como um ex-funcionário, ajudando nestes crimes”, disse o major.
Sobre os nomes de policiais que estão sendo pichados nos muros próximos da base da UPP, com ameaças de morte, o major disse que a polícia não vai se intimidar. "O máximo que pode acontecer é reposicionarmos o policial e fazer a sua substituição, não por estarmos intimidados, mais para prevenir a sua integridade física. Mas, de forma alguma, o patrulhamento será reduzido", afirmou.