Rio -  O presidente da Portela, Nilo Figueiredo, azedou a tradicional feijoada da quadra. O evento deste sábado foi cancelado. Pela primeira vez em mais de dez anos, o tempero para mais uma página triste na biografia da Azul e Branca de Madureira é a eleição para a presidência marcada para o dia 19. “O conselho decidiu que era melhor assim e pronto”, esbravejou Nilo.
A explicação do presidente, candidato à reeleição, não desceu na garganta da oposição. Para Serginho Procópio, da chapa ‘Portela Verdade’, por trás do cancelamento da feijoada, há dívidas com fornecedores de bebidas e com a Cedae em função da conta d’água, avaliada em R$ 350 mil.
“Se pagasse os fornecedores isso não ocorreria. A feijoada acontece há mais de dez anos e nunca deixou de ser realizada por causa de eleição”, protestou. De acordo com Serginho, a luz do barracão da escola também foi cortada.
A pimenta da oposição alterou ainda mais o humor de Nilo. Bastante irritado, ele argumentou que as dívidas são antigas. “Eles estão fazendo onda. Não estou em Madureira e tive que resolver problemas pessoais”, afirmou. Apesar do ataque à oposição, Nilo não deu maiores explicações sobre os combalidos cofres da escola aos portelenses.
Resignada, tia Surica, um dos baluartes da agremiação, preferiu não polemizar. “Eles resolveram. Não sei o motivo. Não tenho mais o que comentar, apenas acatar a ordem”, disse. A feijoada da escola acontece todos os primeiros sábados de cada mês. E a movimentada eleição para a presidência tem eleitorado de menos de 500 pessoas.