Rio -  Chocados com o estupro de uma adolescente de 14 anos na Praia do Leblon, frequentadores comentavam ontem que já percebiam o clima de insegurança no local.
Segundo eles, drogas são vendidas e consumidas livremente e falta policiamento na região. Nesta quinta-feira, a polícia identificou o suspeito de atacar a estudante no fim da tarde do dia 17. Ela estava com uma amiga, que nada pôde fazer. O caso foi publicado com exclusividade no ‘Informe do Dia’, nesta quinta.
A violência aconteceu no final da praia, nas imediações da Avenida Niemeyer, via que liga o bairro do Leblon a São Conrado, passando pela Favela do Vidigal, onde a vítima mora.
Frequentadores da praia dizem que evitam área perto do gramado | Foto: Severino Silva / Agência O Dia
Frequentadores da praia dizem que evitam área perto do gramado | Foto: Severino Silva / Agência O Dia
De acordo com delegado Rodolfo Waldeck, titular da 14ª DP (Leblon), a expectativa é que o suspeito, que já possui antecedentes criminais por roubo e porte ilegal de arma, seja apresentado nesta sexta-feira.
“Elas o reconheceram, já temos tudo sobre ele. O procedimento já está na Justiça aguardando pela sua prisão. O exame mostrou que a integridade física da adolescente foi preservada. Mas a investigação continua tratando o caso como estupro”, disse Rodolfo Waldeck.
 
Mudança de hábitos
Assustada com o caso, a engenheira Paula Salomone, de 30 anos, disse que o ponto da praia que vem sendo utilizado para compra e venda de maconha, cocaína e crack é o gramado situado ao lado da Estação de Tratamento da Cedae, no final da faixa de areia.
“Acredito que este monstro tenha se drogado ali, pois o movimento começa a partir das 17h e o crime aconteceu por volta das 18h. Já vi muita gente sair dali drogada para fazer algazarra na areia. Por este motivo, deixei de pegar sol no cantinho que eu gostava. Hoje fico mais perto dos postos 10 ou 9 (em Ipanema)”, comentou ela.
Moradora da Chácara do Céu, uma estudante de 17 anos também passou a ir mais cedo à praia devido à falta de segurança. “Já fui tirar foto na pracinha ao lado da Estação deTratamento da Cedae, mas desisti, porque tinha muita gente estranha e não vi nenhum policial por perto. Achei perigoso e recuei”, lamentou a jovem.
Um rapaz, que preferiu não se identificar, confirmou que até já consumiu drogas no local indicado pelos banhistas. Ele assegurou que o gramado tem servido de ponto de venda de drogas.