sábado, 7 de setembro de 2013

Comprar ceia de Natal agora garantirá alívio para o bolso

Comprar ceia de Natal agora garantirá alívio para o bolso

Com dólar valorizado este ano, consumidores podem estocar azeite, vinho e bacalhau

AURÉLIO GIMENEZ E STEPHANIE TONDO
Rio - Com a valorização do dólar em 12,69% nos oito primeiros meses do ano, o consumidor que puder antecipar a compra dos produtos da ceia de Natal fará boa economia no fim do ano. Aproveitando que a moeda desacelerou 3,39% na primeira semana de setembro, especialistas e comerciantes destacam que o momento é propício para a aquisição de produtos não perecíveis, como azeite e vinho, que possam ser estocados em casa.
“O bacalhau congelado, por exemplo, está com preço competitivo. O vinho e o azeite importados, também. Se o consumidor puder ir guardando, é alternativa para fazer economia”, avalia Gilberto Braga, professor de Finanças do Ibmec-RJ. Para o economista, a inflação de agosto, divulgada ontem pelo IBGE com alta de 0,24% em agosto, detectou o aumento do dólar que impactou diretamente em alguns itens que formam o IPCA.
“Ainda não tem como estimar em quanto o dólar estará no fim do ano, mas adquirir produtos não perecíveis é uma grande vantagem”, acrescenta Braga.
No Empório Gourmet Show, na Cadeg em Benfica, os produtos importados continuam com os preços estáveis
Foto:  Divulgação
Consultor do Grupo Azo, Marco Quintarelli tem a mesma opinião. Em sua coluna, ontem no DIA , o especialista em varejo recomendou ao consumidor aproveitar a temporada de promoções dos supermercados e dos atacadistas. As redes estão escoando os estoques para receber a nova leva de mercadorias.
“Boa parte dos preços dos produtos importados já está nacionalizada. Por outro lado, os próprios mercados estão com promoções de aniversários, então é o momento de aproveitar e comprar os produtos duráveis, como vinhos e azeites”, explica Quintarelli.
Comércio segura elevação da moeda para manter clientela
Diretor da Lidador, uma das principais lojas de importados da cidade, Fernando Guedes diz que a alta do dólar é sentida em todo o comércio. Porém, segundo ele, já é tradição no grupo segurar o preço dos produtos para não perder clientes. “Para o fim do ano não sabemos se haverá reajuste, mas por enquanto estamos com os preços do mês passado”, diz Guedes.
Para o fim do ano, o comerciante recomenda a compra das cestas de Natal, que têm redução média de 15% no total dos produtos, caso fossem adquiridos separadamente.
Gerente do Empório Gourmet Show, Leonardo Santos afirma que, com a queda do dólar na semana, as importadoras reviram suas tabelas e que não haverá aumento de preço nesse momento. Para os próximos meses, a loja, que tem unidades na Cadeg e na Lagoa, já negocia a compra dos produtos a preços acessíveis para o consumidor.
Bacalhau
O nutricionista Felipe Cardoso diz que o bacalhau é um pescado que facilita a conserva. “Para mantê-lo até o Natal, o pescado deve ser congelado em torno de 21º negativos”, explica o especialista.
Para prepara-lo, é preciso tirar do congelador para a refrigeração, e só depois colocar na temperatura ambiente. “Se tirar do refrigerador direto para temperatura ambiente é ruim, pois favorece proliferação de bactérias”, alerta Cardoso.
Alimentos puxam alta da inflação no mês de agosto
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial, fechou agosto com taxa de 0,24%. Em julho, havia sido de 0,03%. A elevação ocorreu devido à alta do dólar no mês, que chegou a passar de R$2,40, e impactou o preço dos alimentos.
Segundo Eulina Nunes dos Santos, da Coordenação de Índices de Preços do IBGE, que divulgou os dados ontem, o café da manhã do brasileiro pesou no orçamento com a alta dos preços do leite longa vida e do pão francês.
Isso porque o dólar alto encareceu a farinha de trigo importada e os custos foram repassados para o pão e para o leite. A farinha de trigo, que em julho marcou uma variação de 1,33%, em agosto subiu para 2,68%. O pão francês subiu 1,58% em agosto contra 0,68% em julho e o café da manhã fora de casa passou de 0,63% para 1,53% na mesma comparação.


    Tags: Economia , Ceia , Natal

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