Rio -  Obrigação de lavar 300 coletes, uniformes que com o passar do tempo ficaram apertados nas crianças, e até salários atrasados.

O projeto Rio 2016, da Secretaria de Esportes do Estado, virou uma dor de cabeça na Mineira. Irritado com as dificuldades, o professor André Rodrigues (com o microfone) fez o desabafo durante o quarto debate da série "Rio, Cidade sem Fronteiras", segunda-feira, na comunidade.

“É uma bolsa ilusão”, atacou ele, que há dois meses não recebe. “Mas na hora em que os políticos precisam, vêm aqui e enchem o ônibus de crianças”.
Foto: João Laet / Agência O Dia
Foto: João Laet / Agência O Dia
Segundo André, a professora de dança que cuidava das meninas foi obrigada a desistir, assim como o instrutor que trabalhava com as mesmas crianças durante a semana. “Ele tinha que passar o dia, comer aqui, mas não sabia quando ia receber. Ficou sem dinheiro e desistiu”.

Professor denuncia falta de bolas e secretaria admite atraso salarial

O trabalho esbarra também na falta de bolas. Segundo André, ele só conta com duas. “E fomos nós quem compramos”, acrescenta. A assessoria de imprensa da secretaria confirma o atraso, mas diz que, nos quase 60 dias da atual administração — André Lazaroni assumiu a vaga de Márcia Lins em fevereiro —, já foram feitos dois pagamentos.

Diz a nota que cada uma das 200 mil crianças atendidas recebe dois uniformes e que se o núcleo da Mineira está sem bola, basta pedir. “Eles sabem da minha situação”, conclui André.