Disputa causa ao TJ prejuízo mensal de 1,1 milhão
Decisão de um desembargador que beneficia cartórios em queda de braço com o Conselho Nacional de Justiça causa prejuízo aos cofres do tribunal
Rio - O cofre do Tribunal de Justiça (TJ) deixa de arrecadar pelo menos R$ 1,1 milhão por mês, devido a uma queda de braço no Órgão Especial entre responsáveis por cartórios, que não são concursados, e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Uma decisão dada durante plantão judiciário pelo desembargador Plínio Pinto Coelho Filho acarretou esse baque.
Na disputa pela verba, os responsáveis pelos cartórios têm um aliado de peso: o desembargador aposentado Marcus Faver, ex-presidente do TJ e atual presidente do Colégio Permanente de Presidentes de Tribunais de Justiça, atua como advogado do grupo. “Essa decisão do CNJ é ilegal, imoral e inconstitucional. Os serviços notários e de registros, segundo a Constituição, são delegados pelo serviço público em caráter privado. Então, o estado não pode usurpar o dinheiro privado”, critica Faver.
Bruno Calfat, outro advogado dos cartórios, defende que tabeliães têm responsabilidade civil e trabalhista. “Ora, todos os custos com o cartório saem do bolso do responsável. Se houver ações na Justiça, seja trabalhista ou civil, eles fazem o pagamento. Os custos são enormes”, defende Calfat.
A assessoria de imprensa do CNJ informou que não se pronunciaria sobre os rumos do aviso 759 do órgão no Rio.
Agitação nos corredores
A advocacia para os cartórios do presidente do Colégio Permanente de Presidentes de Tribunais de Justiça, Marcus Faver, agitou o tribunal. Embora o trabalho não seja impedido por lei, desembargadores defendem a saída da entidade do prédio do foro central. Alegam que ele não pode atuar contra o tribunal.
“Fico triste. Mas luto pela independência dos tribunais, que não podem abaixar a cabeça para o CNJ”, alega Faver. A presidente, desembargadora Leila Mariano, não se pronunciou.
Os objetivos do Conselho
Impedir que a função de tabeliães passe de pai para filho, controlar as contas e baixar as taxas cartorárias são os principais objetivos do CNJ.
“De fato, a iniciativa a longo prazo é para beneficiar a população”, explica o jurista Luiz Flávio Gomes. Mas ele alerta que as decisões do CNJ não têm força de lei e acabam sendo questionadas pelos magistrados. “O concurso elimina a hereditariedade, mas continua deixando o serviço autônomo. Esse caminho é tortuoso”.
Ele derrubou o aviso 759, publicado em 11 de julho pelo CNJ e reproduzido pela Corregedoria da Justiça. Nele, há obrigatoriedade de teto remuneratório de pouco mais de R$ 25 mil para os chamados tabeliães e, descontadas as despesas com as serventias, o restante do dinheiro deve ser destinado para o Fundo Especial do Tribunal de Justiça.
Treze representantes de cartórios, que faturam em média R$ 3,4 milhões por mês, lutam para que seja mantida a decisão contra o CNJ, válida para todo o país, como publicou terça-feira a coluna ‘Justiça e Cidadania’. O caso agora está nas mãos do desembargador Jessé Torres Pereira Júnior.
A pendenga começou dia 5, quando o representante do 23º Ofício de Notas da Capital, Ary Cesar Sucena Filho, entrou na Justiça. O pedido foi feito ao desembargador Luiz Zveiter e negado.Na disputa pela verba, os responsáveis pelos cartórios têm um aliado de peso: o desembargador aposentado Marcus Faver, ex-presidente do TJ e atual presidente do Colégio Permanente de Presidentes de Tribunais de Justiça, atua como advogado do grupo. “Essa decisão do CNJ é ilegal, imoral e inconstitucional. Os serviços notários e de registros, segundo a Constituição, são delegados pelo serviço público em caráter privado. Então, o estado não pode usurpar o dinheiro privado”, critica Faver.
Bruno Calfat, outro advogado dos cartórios, defende que tabeliães têm responsabilidade civil e trabalhista. “Ora, todos os custos com o cartório saem do bolso do responsável. Se houver ações na Justiça, seja trabalhista ou civil, eles fazem o pagamento. Os custos são enormes”, defende Calfat.
A assessoria de imprensa do CNJ informou que não se pronunciaria sobre os rumos do aviso 759 do órgão no Rio.
Agitação nos corredores
A advocacia para os cartórios do presidente do Colégio Permanente de Presidentes de Tribunais de Justiça, Marcus Faver, agitou o tribunal. Embora o trabalho não seja impedido por lei, desembargadores defendem a saída da entidade do prédio do foro central. Alegam que ele não pode atuar contra o tribunal.
“Fico triste. Mas luto pela independência dos tribunais, que não podem abaixar a cabeça para o CNJ”, alega Faver. A presidente, desembargadora Leila Mariano, não se pronunciou.
Os objetivos do Conselho
Impedir que a função de tabeliães passe de pai para filho, controlar as contas e baixar as taxas cartorárias são os principais objetivos do CNJ.
“De fato, a iniciativa a longo prazo é para beneficiar a população”, explica o jurista Luiz Flávio Gomes. Mas ele alerta que as decisões do CNJ não têm força de lei e acabam sendo questionadas pelos magistrados. “O concurso elimina a hereditariedade, mas continua deixando o serviço autônomo. Esse caminho é tortuoso”.
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