Rio -  Eles medem pouco mais de dez centímetros, vivem escondidos no mar e são muito cobiçados por colecionadores, por serem belos e exóticos. Ameaçados de extinção, os cavalos-marinhos despertaram a curiosidade de um grupo de pesquisadores do Rio de Janeiro, que, além de estudar as peculiaridades desse tipo de peixe, cuida para que ele seja bem tratado pelo homem.
Criado há dez anos, o Projeto Cavalos-Marinhos do Rio de Janeiro monitora os animais presentes na Ilha Grande; na Praia João Fernandes, em Búzios; e na Praia da Urca, no município do Rio. 
Foto: Arte O Dia
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Considerados ‘sedentários’ e pouco ativos, os cavalos-marinhos vivem, em média, 4 anos. Eles não têm predador específico, devido aos anéis ósseos que possuem no corpo, o que os torna ‘impalatáveis’. Apesar da aparente vida tranquila, eles estão ameaçados de extinção e correm o risco de desaparecer da costa brasileira. 
Os motivos vão desde a pesca irregular, até a crença de que podem curar doenças. “Há pessoas que os pescam para colocar em aquários, pois eles são coloridos. Já os caiçaras acreditam que curam asma”, conta a coordenadora do projeto, a bióloga Natalie Freret.
Outra causa do desaparecimento é a destruição da região costeira para a construção imobiliária, diminuindo possíveis lares dos cavalos-marinhos.
O projeto liderado pela bióloga também atua em escolas, alertando crianças sobre espécies ameaçadas de extinção. “Peço que as pessoas não comprem cavalos-marinhos, porque eles são retirados da natureza e isso prejudica a saúde e o equilíbrio ambiental”, declara, acrescentando que mergulhadores devem evitar pisar em recifes rochosos, já que é neles que o animal vive.
Adote um cavalo-marinho do Rio
Não é preciso explorar o fundo do mar para ajudar um cavalo-marinho. O site Bicharia (www.bicharia.com.br) recebe doações em dinheiro que financiam projetos com animais em perigo. O valor da contribuição varia de R$ 5 a R$ 500 e a quantia vai para o Projeto Cavalos-Marinhos do Rio de Janeiro. Com a verba, os pesquisadores pretendem intensificar a ação em Búzios, fazer campanhas de conscientização com turistas e descobrir informações como período de reprodução e habitat de maior ocorrência.
Animais diferentes despertaram paixão do grupo de cientistas
O campo de atuação do Projeto Cavalos-Marinhos do Rio inclui pesquisas em laboratório, análise comportamental e genética das espécies e aulas de educação ambiental.
A bióloga Natalie Freret disse que optou pelos animais por eles serem diferentes. Ao contrário da maioria dos seres vivos, no caso do cavalo-marinho é o macho que fica ‘grávido’, por exemplo. As fêmeas injetam os óvulos em uma bolsa e lá ocorre a fecundação. A gestação dura 25 dias. Para saber com quantas fêmeas o macho cruzou, pesquisadores coletam e estudam os filhotes.
Sobre a análise populacional, a maior concentração foi encontrada em Búzios, com 13 indivíduos. Em outros locais, a média é de cinco cavalos-marinhos. “A população não é fixa e não encontramos sempre os mesmos”, conta.
Segundo ela, o grupo estuda a relação genética entre os cavalos-marinhos do estado. O objetivo é descobrir se as populações foram formadas isoladamente ou se possuem relação entre si. “Encontramos fluxo genético entre os cavalos-marinhos. Há filhotes levados pela correnteza, que acabam crescendo em outro local e lá se multiplicam”, explica a especialista.