Cavalos-marinhos do litoral do Rio em risco de extinção
Peixes costumam ser alvo de pesca irregular, pela beleza e até pela crença de que curam doenças
POR BEATRIZ SALOMÃO
Os motivos vão desde a pesca irregular, até a crença de que podem curar doenças. “Há pessoas que os pescam para colocar em aquários, pois eles são coloridos. Já os caiçaras acreditam que curam asma”, conta a coordenadora do projeto, a bióloga Natalie Freret.
Outra causa do desaparecimento é a destruição da região costeira para a construção imobiliária, diminuindo possíveis lares dos cavalos-marinhos.
Adote um cavalo-marinho do Rio
Não é preciso explorar o fundo do mar para ajudar um cavalo-marinho. O site Bicharia (www.bicharia.com.br) recebe doações em dinheiro que financiam projetos com animais em perigo. O valor da contribuição varia de R$ 5 a R$ 500 e a quantia vai para o Projeto Cavalos-Marinhos do Rio de Janeiro. Com a verba, os pesquisadores pretendem intensificar a ação em Búzios, fazer campanhas de conscientização com turistas e descobrir informações como período de reprodução e habitat de maior ocorrência.
Animais diferentes despertaram paixão do grupo de cientistas
O campo de atuação do Projeto Cavalos-Marinhos do Rio inclui pesquisas em laboratório, análise comportamental e genética das espécies e aulas de educação ambiental.
A bióloga Natalie Freret disse que optou pelos animais por eles serem diferentes. Ao contrário da maioria dos seres vivos, no caso do cavalo-marinho é o macho que fica ‘grávido’, por exemplo. As fêmeas injetam os óvulos em uma bolsa e lá ocorre a fecundação. A gestação dura 25 dias. Para saber com quantas fêmeas o macho cruzou, pesquisadores coletam e estudam os filhotes.
Sobre a análise populacional, a maior concentração foi encontrada em Búzios, com 13 indivíduos. Em outros locais, a média é de cinco cavalos-marinhos. “A população não é fixa e não encontramos sempre os mesmos”, conta.
Segundo ela, o grupo estuda a relação genética entre os cavalos-marinhos do estado. O objetivo é descobrir se as populações foram formadas isoladamente ou se possuem relação entre si. “Encontramos fluxo genético entre os cavalos-marinhos. Há filhotes levados pela correnteza, que acabam crescendo em outro local e lá se multiplicam”, explica a especialista.
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